segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Cuidado com os simpáticos



Embora existam boas exceções, tenho a convicção de que pessoas simpáticas demais costumam ser perigosas.

Isso porque as pessoas normais costumam expressar sentimentos variados, o que não ocorre com os simpáticos de plantão.

Sabe aquele tipo de pessoa que, mesmo após ser golpeada por um machado, ainda está lá com um sorriso estampado no rosto?

Pois é...

Você nunca sabe se essas pessoas, cuja simpatia excede os limites do normal, gostam de você de verdade ou se estão apenas exercitando sua pseudo felicidade.

Ao meu ver, ficar sério faz parte da vida. Ou não?

Gosto de pessoas transparentes, cujo semblante prescinde de maiores explicações. Estas sim são confiáveis e dignas do nosso respeito.

O que você prefere: uma expressão fechada e verdadeira ou um sorriso de fachada?

Particularmente, prefiro a expressão que externa a realidade. Somente assim não perco tempo com quem não merece... 

Oras, pessoas que se importam demais com a opinião alheia a ponto de tentarem representar um eterno estado de graça não podem ser levadas a sério. Não mesmo.

Obviamente, existem pessoas que estão sempre de bem com a vida (até conheço algumas). Mas estas, sem dúvida, são uma rara exceção.

Por isso, recomendo ficar sempre de olho nesses falsários do sorriso fácil.

E lembre-se: Cuidado com os simpáticos. Muito cuidado...


sábado, 27 de agosto de 2011

Capacetes são apenas capacetes


Finalmente, posso dizer que aprendi a andar de moto.

Digo isso porque, da última vez que a pilotei, não tive qualquer medo. Simplesmente, senti prazer de andar por aí sobre duas rodas.

Não fosse o capacete, poderia sentir o vento nos cabelos.

O capacete que comprei, aliás, estampado na foto acima, foi o que me motivou a escrever este post.

Posso dizer que sempre procurei ser uma pessoa discreta. Não sou muito chegado a comprar coisas que chamam a atenção em demasia como roupas coloridas ou outras do gênero.

No entanto, após adquirir a moto, achei que seria legal comprar um capacete novo. Dentre outras coisas, queria um com entrada de ar, para não ficar com a vista embaçada - o que sempre acontecia com o antigo.

Então, fui até a loja com a ideia fixa de comprar um capacete preto.

Ocorre que, por um desses percalços da vida, algo deu muito errado.

Não sei ao certo o motivo, mas voltei para casa com o capacete da foto. Em outras palavras, um capacete de "magrão".

Nos primeiros dias, fiquei me perguntando: "Cara, por que comprei um capacete tão chamativo?"

Hoje, já me acostumei com ele.

Embora seja um capacete bonito e tudo mais, parece que ele reflete minha personalidade de forma equivocada.

Mas desde quando capacetes refletem a personalidade de alguém? Algo para se pensar.

Por mais que eu saiba que capacetes são apenas capacetes, sempre olho atravessado para aquele curioso exemplar que comprei. 

Deveria existir alguma regra proibindo pessoas discretas de adquirir coisas extravagantes

A verdade é que, por mais que o tempo passe, jamais me sentirei à vontade com aquele capacete. Jamais.

Coisas da vida, meus amigos. Coisas da vida...


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Que os ventos continuem soprando na mesma direção...

Foto: universo80.blogspot.com

Como todos já devem saber, sou colorado. Em outras palavras, torça para o Internacional - RS.

Não é segredo para ninguém que na década de 90, nosso arquirrival (aquele que não falamos o nome) ganhava tudo. 

Até com o time reserva eles conseguiam vencer o Inter.

À época, eu ainda morava em Porto Alegre e tinha cerca de 13 ou 14 anos. 

No auge do triunfo rival, eu sofria com meu time. Sofria mesmo.

Na minha sala de aula, sobraram apenas uns 3 ou 4 colorados, porquanto vários destes migraram para o time de azul. Viraram a casaca, como costumamos dizer lá em POA.

Mesmo sofrendo horrores com as gozações e com o levantar incessante de taças do adversário, mantive-me firme na torcida pelo meu colorado.

Não foi fácil...

Como era de se esperar, no entanto, a rotina de sofrimentos um dia chegou ao fim. Isso porque desde 2006 o Internacional vem ganhando títulos importantes.

Olhando para trás, digo que valeu a pena esperar. Aquele sofrimento parece fazer todo o sentido do mundo agora que a gangorra pendeu para o outro lado.

Digo isso porque são os nossos rivais quem, agora, vêm sofrendo ano após ano.

Para ser bem sincero, suas péssimas contratações e equívocos administrativos lembram e muito aquele clube sofrido que era o Inter na década de 90.

Embora seja clichê dizer que a vida tem seus altos e baixos, não há frase mais apropriada para externar o que se passa com os dois clubes.

Assim como os colorados sofreram na década de 90, os azuis estão sofrendo hoje

Talvez as proporções sejam outras, porém são demasiadamente parecidas. Ao menos, é isso o que sinto quando vejo um torcedor rival reclamar do seu time, tal qual eu fazia antigamente.

A única coisa que me resta, pois, é esperar que a sorte continue ao lado do meu time pelo máximo de tempo possível.

Quando a gangorra mudar novamente de lado, postarei aqui palavras saudosas sobre como era bom torcer para um time vencedor. 

O tipo de coisa que só damos valor de verdade quando perdemos...

Que os ventos continuem soprando na mesma direção.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Fogo amigo

Foto: vida-radical.planetaclix.pt

Gilberto subiu as escadas de sua casa com o revólver calibre 38 em punhos. 

Embora nunca houvesse utilizado aquela arma, assim como qualquer outra, sabia que em alguns instantes faria seu primeiro disparo.

Fazia uns quatro ou cinco meses que estava desconfiado de sua esposa. Tinha quase certeza de que ela estava traindo-lhe com Rafa, o lateral esquerdo do seu time de futebol.

Atacante nato que era, Gilberto pensou que a melhor saída seria desmascará-la e acabar com o safado. Afinal, o lateral esquerdo do seu time não poderia, em hipótese alguma, humilhá-lo daquela forma. 

Não um lateral como ele...

Gilberto costumava chamar Rafa de "Faceirinho", porquanto este gostava de avançar rumo ao gol e, quase sempre, deixava a defesa desguarnecida, daí o apelido.

O Faceirinho, no entanto, estava com os dias contados. Dias, não. Mas os minutos, quiçá os segundos.

Nervoso com sua atitude, Gilberto parou no corredor que dava acesso ao seu quarto, que, até pouco tempo atrás, imaginava ser apenas seu e de sua esposa.

Nesse momento, lembrou das indiretas proferidas pelos colegas de time no vestiário. Esta, aliás, foi a forma como descobriu que sua esposa era uma adúltera.

Após alguns minutos no corredor, havia chegado, enfim, a hora de vingar-se. Lenta e silenciosamente, deslocou-se até a porta do quarto. 

Mesmo com a porta fechada, podia ouvir os gemidos insanos de sua esposa, o que o deixou ainda mais irritado.

Então, com a maior fome de vingança que um homem pode ter, chutou a porta do quarto com toda sua força e apontou a arma para a cama.

Precisava acabar com aquilo de uma vez, pois somente desta forma mostraria para seus colegas quem era  Gilberto de Andrade.

Quando olhou para a cama, contudo, tomou um baita susto.

- Rodolfo?! - gritou Gilberto. - Mas o que é isto?

Seus olhos não acreditavam naquilo que estava vendo. Era Rodolfo, zagueiro e capitão do seu time, quem se refestelava com sua mulher, e não o faceirinho - o lateral esquerdo.

Extremamente desapontado, Gilberto baixou a arma e saiu do quarto. Em seguida, disse para si mesmo com a voz embargada:

- Isso não é coisa de capitão. Não mesmo...



terça-feira, 23 de agosto de 2011

Aprendendo a andar de moto ------- Parte II


Foto: campinas.olx.com.br

Aprender a andar de moto é algo progressivo. 

Em outras palavras, não é algo que se aprende de uma hora para outra, eis que leva um certo tempo para aprender os detalhes, tal qual aprender a andar de carro.

Pois bem.

Dizem que quando você compra uma moto usada, a primeira providência a tomar é trocar o óleo. 

Sábado, então, - exatamente uma semana após comprar a moto - fui até a oficina trocar o óleo.

No caminho, tudo transcorreu bem. À exceção dos costumeiros excessos no acelerador, já me mostrava quase um motoqueiro normal.

 Somente quando cheguei à oficina é que lembrei da minha condição de aprendiz.

Ao fundo da loja, várias motos estavam estacionadas num pequeno espaço. Num pequeno espaço mesmo.

A pedido do mecânico, coloquei a moto dentro da loja. Em seguida, fiquei esperando pelo serviço. 

Nesse meio tempo, no entanto, um dos caras que também esperava por uma troca de óleo em sua moto resolveu sair do recinto.

A sua moto, que era grande o bastante, estava bem no fundo da loja. O suficiente para que eu pensasse: 

"Quero ver ele tirar essa moto daí..."

O cidadão, porém, em três ou quatro movimentos, conseguiu desviar dos obstáculos e retirar a moto com, digamos, certa maestria.

Como minha moto era a primeira da fila (leia-se a mais fácil de retirar da loja) tive a certeza que iria passar vergonha assim que o mecânico acabasse o serviço.

- Está pronta - disse o mecânico, enfim, após alguns minutos.

O que se viu em seguida foi algo meio cômico. Sem exagero, acho que fiz umas 17 manobras para conseguir virar a moto.

Os consumidores que ali estavam devem ter pensado que eu era um verdadeiro maneta.

Em minha defesa, lembro que há uma semana eu tinha uma biz, cujo peso e altura eram bem menores...

Comecei a refletir sobre o episódio e cheguei à inevitável conclusão de que é bobagem me envergonhar, até porque ainda estou em fase de aprendizado.

Não sei o porque, mas nós seres humanos temos essa tola mania de achar que o mundo gira ao nosso redor. Afinal, quem se importa com o fato de eu saber manobrar com precisão uma moto senão eu mesmo?

Na vida, cada um olha para sua moto. Para sua manobra. Para o seu próprio umbigo.

Às vezes, parece que precisamos passar vergonha para aprendermos certas coisas... 

Simples assim.


domingo, 21 de agosto de 2011

Críticas isoladas...

Foto: eentaohouveosilencio.blogspot.com

Qual o verdadeiro valor de uma crítica isolada?

Como vocês já devem ter observado, costumo fazer críticas ao governo, sobretudo no que diz respeito à educação - o maior problema do Brasil.

Ocorre que comecei a me questionar sobre o valor dessas críticas... 

Será que elas desempenham o seu papel social?

Gostaria de saber qual a importância de um texto isolado como os que posto neste blog. Será que eles ajudam no crescimento de um país ou não fazem qualquer diferença na prática?

Sei que talvez seja inocência da minha parte acreditar que minha forma de pensar possa ajudar uma nação tão prejudicada quanto o Brasil. Mas, como já disse em outras oportunidades, sou um cara otimista.

De fato, escrever textos a esmo contendo críticas sociais é pouco para um país como o nosso. Contudo, julgo ser um passo importante em direção ao crescimento.

Todos estamos cansados de saber que a crítica tem um papel importantíssimo na sociedade. Sem ela, tudo parece estar no caminho certo, o que não é o caso. 

Logo, acredito de verdade que o importante é criticar, seja num grande veículo de comunicação ou em blogs como o SegundaDose.com 

Para que o Brasil se transforme no país dos sonhos, precisamos mudar nosso comportamento. Nem que seja aos poucos, mas precisamos começar a mudar nossa forma de pensar.

E nada mais justo que publiquemos nossas críticas. Até porque se ninguém conhecê-las, não farão diferença alguma na prática.

Sejamos mais críticos, meus amigos. Mais críticos!


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Medo de assalto


Foto: proletariolibertario.blogspot.com

Você tem medo de ser assaltado?

Pessoas que moram em cidades pequenas, tal qual a minha, provavelmente não possuem esse tipo de temor

Acho que sequer imaginam o quão é angustiante caminhar por aí receosos de que algo de ruim lhes aconteça.

Quando morava em Porto Alegre, fui assaltado duas vezes. Embora não tenha sofrido qualquer tipo de violência, posso lhes garantir que é algo meio traumático.

Tanto é verdade que depois do segundo assalto, comecei a ficar mais receoso que o habitual quando o assunto era transitar em ruas desertas da capital gaúcha.

Sempre que ia ou vinha da escola – um dos locais em que fui assaltado – ficava olhando para os lados como um maluco, pensando que a qualquer momento algum “maloqueiro” (leia-se marginal) saltaria em minha direção com o propósito de levar meus pertences.

Pode parecer bobagem, mas quando você tem quinze anos, as coisas possuem proporções diferentes. 

Quando me mudei para a pacata Cidade de Lauro Müller, localizada no interior de Santa Catarina, mantive os hábitos porto-alegrenses por um tempo.

Em outras palavras, quando via alguém aparentemente suspeito, atravessava a rua. Colocava a carteira no bolso da frente, essas coisas... Foi só depois de uma ou duas semanas que percebi que aqui não acontecem assaltos, tampouco precisa se temer alguma coisa.

Claro que a cidade era mais pacata quando vim para cá, mas ainda hoje continua incrivelmente calma e pacífica.  Certo que grandes centros urbanos possuem mais opções de lazer, mas as cidades menores possuem mais segurança, muito mais.

E se você acha que segurança não é algo tão importante assim, tente viver sem ela para você ver...

É como sempre digo, mude-se para uma cidade pequena e ganhe em qualidade de vida. 


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Medo do desconhecido

Foto: silvialogullo.blogspot.com

Por que, afinal, temos tanto medo do novo?

Embora existam exceções, as pessoas costumam ser bastante arredias quando o assunto é mudança. 

Obviamente, não estou me referindo àquela mudança de móveis que vez ou outra nos vemos obrigados a fazer, mas à mudança de comportamento, da forma de pensar, da forma de agir.

Quem nunca teve medo de fazer algo diferente, ainda que aparentemente simples? Somos, por natureza, temerosos com tudo que é novo.

Com certeza a psicologia deve explicar esse comportamento que, no mínimo, mostra-se bastante curioso.

Confesso que jogo no time que tem medo do desconhecido. Sempre fico um tanto receoso quando tenho que fazer algo diferente do que ando acostumado.

Contudo, já fui bem pior. Hoje em dia, para minha própria surpresa, ando me aventurando em áreas diferentes, desconhecidas.

De qualquer forma, acredito que algumas áreas devam despertar mais medo do que outras. Isso porque parecemos não nos importar com certas mudanças.

As mulheres, por exemplo, não mostram muito temor quando o assunto é mudar o penteado ou a cor do cabelo, assim como os homens quando tentam um drible inédito no futebol, para ficar apenas nos exemplos bobos.

No fim das contas, o importante é tentar mudar, porquanto somente com a mudança conseguiremos alçar novos voos.

Muito embora a estabilidade tenha suas vantagens, ela também nos limita (e muito). Logo, precisamos experimentar o novo, sob pena de ficarmos estagnados na mesmice

Como diria o sábio Raul Seixas: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dois primeiros capítulos do livro Segunda Dose!


Seguem, abaixo, os dois primeiros capítulos do livro Segunda Dose, de minha autoria, lançado pelo Editora Baraúna no final do ano passado.

Capítulo I


A garrafa de vinho vazia ao seu lado era deveras esclarecedora. O indicador maior da turbulência pela qual Renato estava passando. Por mais que tentasse, jamais conseguiria descrever o misto de sentimentos que o envolviam, e isso era só o começo.
Ainda atordoado pela grande quantidade de vinho ingerida na noite anterior, Renato levantou-se da cama em meio a lágrimas. Chorou com vontade, com toda a dor que lhe era permitida naquele momento. Sua vida já não fazia mais sentido, assim como tudo e todos que o cercavam.
Eram, aproximadamente, 9 horas da manhã de uma terça-feira. Renato, agora, estava em pé, em cima do parapeito da cobertura de seu prédio. A essa altura, ainda embriagado e atônito, já não se importava mais com sua vida social, seu trabalho e com as obrigações cotidianas inerentes a todo e qualquer homem, pensava apenas em se livrar da forte dor que habitava seu peito. A morte flertou com Renato, e ele sorriu.

sábado, 13 de agosto de 2011

Há sempre uma embreagem no caminho

Mais uma vez, acabei me metendo em uma aventura em duas rodas.

Há exatamente um ano, comprei uma biz (apelidada carinhosamente de bizicleta).

Hoje, no entanto, troquei a biz por uma moto de verdade. Com embreagem e tudo... (comentário de motoqueiro experiente).

Então, subi em cima da garota e saí andando por aí. 

Tal qual ano passado, apanhei bastante na hora de dominar a moto. Contudo, consegui ir até o posto de gasolina sem deixá-la apagar, o que já é um avanço.

Foi só pegar um pouco de confiança para deixá-lo morrer no meio da rua. Levei uns dois minutos para retomar o controle da situação e voltar para casa. Coisa de principiante...

Senti aquela sensação que quase todo motorista novato tem quando está aprendendo a dirigir. Parecia que todos os transeuntes estavam me observando e pensando: 

"Olha lá aquele cara.. Não sabe pilotar uma moto".

Acho que vai levar uma semana até me acostumar com o peso, altura e outras particularidades da motoca.

É como se eu tivesse aprendido a andar num carro automático e, de repente, tivesse que sair por aí andando em um com câmbio manual.. Se trocar os carros por motos, a lógica é mais ou menos essa.

Quando você não está acostumado com uma embreagem, a coisa é bem diferente - já dizia o poeta.

Hoje à noite, quando o trânsito der uma arrefecida, vou dar mais algumas voltas para pegar aquela confiança básica.

E, por que não, aprender a dirigi-la...

Pai, se você estiver lendo este texto, não se preocupe. Sou bastante prudente quando o assunto é moto.

Prudente até demais, eu diria...


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sobre o blog

Estou muito contente com o SegundaDose.com

O blog está com uma média de 2.400 acessos mensais.

Pode parecer pouco, sobretudo em se tratando de internet. Ocorre que o fato de meu blog ter sido acessado 2.400 vezes em um único mês mostra um certo interesse das pessoas pelo que escrevo.

Esse é o melhor feedback que eu poderia receber dos leitores.

Sempre gosto de ressaltar que escrevo por amor à arte de escrever, porquanto é um prazer imenso compartilhar ideias, criar histórias, etc.

Enfim, um muito obrigado a todos aqueles que acessam o blog!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um pouco de música...

Foto: irisdequeiroz.blogspot.com

O que está acontecendo com a música que se faz hoje em dia? Se é que podemos chamar de música essas coisas que tocam no rádio...

Tudo bem que existem algumas bandas que se salvam, mas são a minoria. Uma minoria bem pequena e sofrida, cumpre ressaltar.

Para ser bem sincero, detesto essas músicas norte-americanas que infestam nossas rádios, assim como esses pagodes e axés com letra de gosto duvidoso.

E mais uma infinidade de outros gêneros musicais que não cabe citar.

Músicas pré-fabricadas para a massa. Feitas sob medida para pessoas sem um mínimo de percepção. Sem um mínimo de bom senso.

E não me venha com esse papo de expressão popular; só se for expressão do mau gosto

Nessa hora sempre terá alguém argumentando que música serve para se divertir, dançar, etc. Ocorre que letras inteligentes não fazem mal a ninguém.

Letras menos estúpidas já serviriam, eu acho...

Verdade que meu modo de pensar pode soar de forma radical para algumas pessoas, mas não consigo pensar de forma diferente.

Por dar muito importância à música, procuro escolher com cuidado o que escutar. Recuso-me a ouvir lixo só porque várias pessoas o fazem.

Não quero que todos ouçam as mesmas músicas que eu. Longe disso. Só penso que as pessoas deveriam ser um pouco mais sábias na hora de escolher o que escutar.

Ora, se somos resultado daquilo que lemos e ouvimos, por que não aprimoramos um pouco nosso gosto e deixamos de lado essas "músicas espirituosas" com suas letras estúpidas?

Hoje mesmo li em um site que uma música brasileira de gosto duvidoso é febre no verão europeu. E eu que pensei que mau gosto musical fosse exclusividade nossa. Tipo coisa de brasileiro...

Sei não... 

Por via das dúvidas, acho que devemos continuar exportando apenas laranjas... `

Ao menos assim não passaremos vergonha lá fora. Afinal, nossas laranjas sim são incríveis...


sábado, 6 de agosto de 2011

Consumidos pelo consumismo...

Foto: corporativareview.com.br

Perdoem-me a palavra, mas este consumismo que nos envolve é realmente uma merd@!

Explico o porquê.

Eu tenho um carro bom, com todos os acessórios que um carro mediano pode ter. No entanto, vivo pensando em trocar de carro... 

Pergunto: por que trocar de carro se não preciso de um novo?

Culpa das malditas propagandas! Mesmo que de forma subliminar, elas conseguem depositar em nossas mentes essa vontade tresloucada de adquirir novos bens.

Ano passado, comprei uma biz. Uso ela tão-somente para me deslocar do trabalho até em casa e vice-versa.  Pouco menos de 1km. Contudo, estou super-mega-ultra a fim de comprar uma moto mais potente.

Mesmo não precisando de uma moto (definitivamente, biz não pode ser considerada uma moto de verdade), sinto que preciso comprar uma. 

Parece que meu cérebro fica emanando ordens do tipo: Compre a moto! Você precisa da moto! Etc.

Oras, por mais que você seja contra o consumo, também está à mercê desse tipo de situação. Afinal, são poucas as pessoas que conseguem livrar-se dessa febre consumista que nos assola.

Talvez você não tenha queda por motos ou carros, mas por perfumes, potes coloridos, vinhos, roupas, televisores e toda sorte de objetos que existem por aí à espera de um dono.

Não sei ao certo, mas tenho a impressão que alguns objetos de consumo são mais fortes que nós.

Hoje de manhã mesmo fui olhar umas motos com um amigo. Eu quase consegui ouvir a súplica de uma delas. Dizia-me algo como: "Me leva pra casa, tio".

Eu costumo resistir à maioria dos meus impulsos. Porém, não sei até quando... 

E olha que nem sou uma pessoa consumista. Imagina se fosse?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O sapato caramelo

João precisava comprar um sapato novo para ir ao baile anual que ocorreria na cidade naquela noite.

Assim, dirigiu-se até a única loja de sapatos da pacata cidade.

Lá chegando, começou a ver os sapatos que a atendente lhe trazia. Pretos, marrons, cinzas, enfim, de todas as cores e estilos.

Até que João viu um sapato caramelo dentro de uma redoma de vidro. Curioso, perguntou à atendente:

- E aquele sapato caramelo?

- Aquele sapato não é para o senhor...

- Por que não? - insistiu João.

- Ele é um sapato muito especial. Não que o senhor não mereça um sapato especial, mas porque ele é extremamente caro.

- Quanto custa?

- R$ 4.500,00, senhor.

João ficou intrigado com o sapato. Não sabia exatamente o motivo, mas achou que deveria comprá-lo a todo e qualquer custo.

- Traga-o até aqui - ordenou João. - Vou comprá-lo!

Após titubear um pouco, a atendente trouxe o sapato caramelo até João, tudo é claro sob o olhar atento de todas as pessoas que se encontravam na loja.

De imediato, começou um burburinho. Todos na pacata Cidade sabiam o preço exagerado do sapato.

João analisou o sapato por todos os ângulos possíveis. Era um sapato muito bonito, era verdade, mas ainda sim parecia apenas um sapato. Nada mais, nada menos. Apenas um sapato.

Pensou que era muito dinheiro por um pedaço de couro. No entanto, acabou gostando das atenções que voltaram para si desde o momento que pegara o sapato caramelo em mãos.

- Vocês aceitam cheque? - perguntou ele todo confiante.

- Claro.

Após o pagamento, João saiu da loja todo contente.

Parecia que toda a Cidade já sabia do ocorrido, eis que todos o olhavam diferente. Era como se carregasse ouro dentro daquela sacola plástica.

Chegou, enfim, a noite. E com ela o baile tão esperado por João.

Quando pisou com o sapato caramelo no salão, a banda parou o baile. Todos, invariavelmente, olharam para seu sapato, e somente depois para seu rosto.

Durante toda a noite, bebeu das melhores bebidas e dançou com mulheres que, em condições normais de pressão e temperatura, jamais lhe dariam a mínima atenção.

João era a estrela da noite. Ele e seu sapato caríssimo.

No final da festa, após ter arrebanhado quase uma dúzia de mulheres, avistou a atendente da loja de sapatos parada próximo ao bar.

Dirigiu-se até ela.

- Posso lhe perguntar uma coisa? - perguntou à atendente.

- Você já está perguntando - respondeu.

- Qual o segredo deste sapato, afinal? O que ele tem de tão especial?

- Ele é bem caro - respondeu a atendente

João não estava entendendo aonde ela queria chegar. Então, perguntou-lhe:

- Só porque ele é caro, quer dizer que ele é bom?

- Na verdade, não. Mas todos na Cidade sabem que ele é caro. Então...

João coçou a cabeça

- Então é por isso que todos estão me tratando bem? - perguntou ele meio que de forma retórica.

- Claro - respondeu a atendente. - Ou você achou isso só porque ele era caramelo?