quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Só me resta esperar pelo anoitecer...


Foto: apostarestante.blogspot.com

Acordei com um sobressalto clássico. Mais uma vez na mesma semana estava sendo invadido por aquela sensação de estar caindo num poço sem fundo.

Com a ponta do lençol, enxuguei o rosto encharcado de suor. Em seguida, como se uma nova rotina estivesse nascendo bem diante dos meus olhos, olhei para a esquerda à procura das horas.

O inimigo - apelido carinhoso dado ao despertador - apontava sem qualquer piedade 4:57 AM; tarde demais para dormir, cedo demais para acordar, o suficiente para que o desespero ganhasse força novamente.

Como se fosse a plateia do meu próprio monólogo, fingia não saber o porquê de tanta angústia, de tamanha falta de sono.

Então, um tanto receoso com o reflexo noturno, olhei no espelho. E foi quando me dei conta de que a sensação positivada através do meu rosto era insustentável. 

Por deus, precisava enfim admitir que estava apaixonado. Mas como alguém como eu, um ser indiferente aos sentimentos, poderia estar perdidamente apaixonado por uma única mulher dentre tantas?

Após refletir um pouco, peguei o telefone convicto de que precisava ligar para ela e declarar toda minha paixão, minha angústia, e todo o sentimento que corria em minhas veias.

Despejar aquela gama de sensações contraditórias e sofridas que somente um apaixonado pode sentir. Mais do que isso, queria gritar aos quatro ventos o quão estava sendo invadido pelo "fogo que arde sem se ver".

Antes de discar, contudo, voltei a olhar para o inimigo (o despertador). Apenas seis minutos haviam se passado desde a última olhadela. 

Balancei os joelhos freneticamente, como se isso fosse capaz de acelerar o tempo. Minha tentativa foi em vão.

Mesmo estando no epicentro do furacão, sabia que era cedo (ou tarde) demais para ligar para ela. Para desespero do meu id, teria que esperar pelo completo alvorecer.

Enquanto esperava, peguei no sono.

Quando acordei, senti que os sentimentos de outrora haviam arrefecido. Já não estavam mais imbuídos da carga emocional de horas atrás.

Então, resolvi não ligar. Ser prudente, como sempre.

Sabia, porém - sempre existe um porém -, que outras madrugadas inquietantes estavam por vir, assim como outros sobressaltos, outras viradas de pescoço em busca das horas. 

A verdade é que havia me apegado ao inimigo e à sua inconstância, tal qual o sentimento que teimava em me assombrar nas madrugadas.

Só me restava esperar pelo anoitecer. Pela próxima madrugada...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Faça acontecer


Foto: confrariacarpevinum.blogspot.com

Todos os anos fazemos a mesma coisa assim que o último dia do ano se aproxima.

Em suma, elaboramos uma lista mental com as coisas que queremos mudar, com as metas que pretendemos atingir, sejam estas ousadas ou não.

Mesmo que de forma inconsciente, sempre acabamos desejando uma coisa ou outra, ainda que tenhamos "a certeza de que o último dia de dezembro é sempre igual ao primeiro de janeiro".

Até porque planejamento é essencial para que obtenhamos sucesso em nossas empreitadas. 

Logo, por que não aproveitarmos essa loucura coletiva chamada ano novo para fazermos algumas resoluções, traçarmos algumas metas?

Acontece que, infelizmente, nem sempre levamos a sério nossas próprias metas

Você que fez alguns planos no último dia do ano passado, já sentou-se junto a uma mesa com caneta e papel em mãos e anotou o que, de fato, conseguiu realizar durante o curto 2011?

Pergunto isso porque são muitas as pessoas que pedem inúmeras coisas, bem como as que fazem várias promessas, mas são poucas as que tentam pôr em prática as metas traçadas.

Algumas delas, no auge da estupidez, não só deixam de correr atrás de novos objetivos, como também conseguem a proeza de regredir alguns anos.

A ideia é progredir sempre, correto?

Chega até ser engraçado imaginar que alguém faça uma lista de coisas em seu desfavor.

Algo do tipo: "Bom... este ano quero perder o emprego, engordar uns 27 Kg, perder o amor da minha vida, entre outros..." Difícil imaginar... Muito difícil.

Estamos sempre em busca de mais (imagino eu). Mas, às vezes, por pura falta de organização, não conseguimos atingir nada palpável. Nada substancial.

Na verdade, a equação é bem simples: se os seus planos continuam os mesmos ano após ano, é porque você não está fazendo o dever de casa.  

Lembre-se: aquela velha história de que não devemos mexer em time que está ganhando, por uma questão lógica, não funciona para times que estão sendo sistematicamente derrotados.

Em 2012, nem que seja para variar um pouco, tente algo diferente.

Em outras palavras: faça acontecer de verdade.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!



Foto: pt.wikipedia.org

Gostaria de desejar a todos os leitores - assíduos ou não - um Feliz Natal!

Segue, abaixo, o primeiro texto de Natal deste blog, publicado há exatos 4 anos atrás:

Então é natal...

"Enfim, o ano está terminando. As luzes crescem exacerbadamente, multiplicando-se no mar de sacadas.

Junto com as luzes, vem a esperança. Esperança de dias melhores, de uma ligação daquele parente distante, daquele abraço deveras desejado.

Em datas especiais, o amor presente nas pessoas parece aflorar, mas é no natal que tal sentimento acaba por se evidenciar de forma inequívoca. Nos sete dias que separam o natal do tão esperado ano novo, as pessoas parecem ser melhores do que realmente são, demonstrando um apego social irreconhecível.

Como num passe de mágica, todos demonstram-se educados, armados de boas intenções e palavras. O mundo, ainda que por uma semana, evidencia-se um ótimo hospedeiro, em que todos contribuem para o crescimento do próximo.

Hipocrisia ou não, a vida de todos melhora, e isso é fato. E isso é bom para todos!

O natal parece trazer mágica, beleza e, acima de tudo, lembranças!

Não as lembranças comuns, mas sim as memoráveis! Lembrança do primeiro presente marcante, dos chocolates, das festas de família... Natal, repito, é mágico.

Existem as pessoas que, justamente em virtude das lembranças, acabam por achar o natal uma data triste, seja pela perda de um ente querido ou de um grande amor. A essas pessoas, digo: Natais melhores virão!

Essa é a diferença entre o natal e as outras datas comemorativas, pois só o natal, com todas as suas peculiaridades intrínsecas, é capaz de recuperar uma família desunida, de resgatar uma amizade adormecida ou, ainda, unir um grande amor um dia perdido, entre outros exemplos.

E para aqueles que, assim como eu, acreditam em tão bela data, desejo um feliz natal!

Um natal cheio de vida, digno de ótimas lembranças num futuro próximo.

Desejo, ainda, na inocência da minha criação positivista, dias melhores a todos! Com a esperança de que algum dia o mundo torne-se um lugar harmonioso e melhor de se viver."


Aquele abraço!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Cada um com seu interesse...

Foto: portalnippon.com

Vejo muitas pessoas discutindo sobre a importância dada à defesa de animais. 

Com uma animosidade ímpar, enquanto umas defendem os bichanos, outras atacam no sentido contrário, sustentando que existem inúmeros seres humanos precisando de ajuda.

Sinceramente, não entendo o motivo de tanta discussão.

Talvez eu esteja errado, mas acredito que existe lugar para todas as espécies de defensores, sejam de animais, pessoas, ou qualquer outra coisa.

Eu, por exemplo, não gosto que matem baleias, mas nem por isso pretendo embarcar num navio da Sea Shepherd e atacar os navios baleeiros.

A questão é que existem pessoas dispostas a agir dessa forma (ainda bem). E isso, como sabemos, foge do nosso controle. 

Não vislumbro qualquer problema quando alguém diverge sobre a importância dada a pessoas e animais, porém entendo que brigar por conta disso é pura perda de tempo.

São essas divergências, na minha opinião, que salvam o mundo. 

Imaginem se todos defendessem apenas pessoas, ou apenas animais... O planeta terra, sem dúvida, entraria em pleno desequilíbrio.

Lembro que nunca gostei muito dessa coisa de chapas estudantis quando na faculdade. Achava os alunos meio bitolados e exagerados em seu propósito. Hoje, no entanto, sei que o mundo precisa de gente assim. 

Se ainda não me fiz entender, vou dizer de forma expressa: tem espaço para todos defenderem seus interesses. Para todos.

Antes fazer alguma coisa em prol dessa ou daquela espécie do que ficar discutindo em redes sociais qual a mais importante.

Sejamos mais práticos, menos imbecis.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Natal sem creme de milho...


Foto: mundodastribos.com

No natal deste ano, não teremos o famoso creme de milho da minha mãe na ceia.

Confesso que quando soube disso, fiquei um tanto receoso. Preocupado seria a palavra mais adequada. Isso mesmo: preocupado.

Afinal, natal sem creme de milho é uma temeridade. Quase um absurdo. "Quase". 

A decisão de não fazer o creme de milho, que foi tomada em conjunto pela minha família, pareceu-me bastante ousada. Preocupante, como já disse.

Sempre que procuramos a mudança, querendo ou não, acabamos saindo da nossa zona de conforto. E todos sabemos que coisas nunca feitas antes requerem novas habilidades, novos conhecimentos.

Às vezes, até mesmo decisões simples como escolher o cardápio da ceia de natal podem ser cruciais para que tomemos um caminho diferente, talvez melhor, talvez pior. 

Talvez por isso acho importante saber sopesar as mudanças com o cuidado necessário.

Até que ponto é interessante romper com determinadas tradições?

Se pensarmos no quão é difícil criarmos uma tradição ao longo dos anos, qualquer decisão que vá em sentido contrário parece-me um contra-senso escancarado.

Minhas próprias palavras estão quase me convencendo de pegar o telefone e ligar para minha mãe com o intuito de demovê-la da ideia absurda de cortar o creme de milho do cardápio.

Contudo, acabei de lembrar que nas minhas resoluções de ano novo (2010/2011) tinha por objetivo ser um cara mais ousado, menos resistente a mudanças.

Logo, quero vencer este natal sem um prato de creme de milho sequer.

E, daqui alguns anos, quando olhar para trás, quero dizer com o peito estufado:

- Em 2011, não tivemos creme de milho no natal.

Espero, ao menos, que as lembranças sejam boas. Porque ousadas eu tenho certeza que serão. 

Certeza absoluta.

domingo, 18 de dezembro de 2011

A mulher do Souza


Foto: gartic.uol.com.br


Inconveniente talvez era o adjetivo que melhor definia Rosi - a mulher do Souza.

Souza era o centroavante, o goleador. Mas nem por isso escapava ileso dos comentários ardilosos dos outros jogadores do time.

Todos, sem exceção, achavam Rosi, sua esposa, uma Chata, com "C" maiúsculo e tudo mais.

Adilson, volante sisudo que era, costumava dizer no vestiário (quando o atacante não estava) que Rosi deveria ser uma mulher fenomenal na cama, já que era deveras insuportável fora dela.

Até que um dia, para espanto geral do vestiário, Adilson resolveu interpelar o colega de time:

- Desculpe-me, Souza, mas preciso te perguntar uma coisa...

Os meio-campistas do time, incluindo os reservas, levantaram os olhos aparvalhados. Não estavam acreditando na ousadia do beque central.

- Pergunte - respondeu Souza.

- A verdade é que... - balbuciou Adilson, titubeante.

- Fala, homem! - bradou o centroavante.

- Com todo o respeito, mas todos nós achamos sua mulher uma baita chata. Como você aguenta ela, afinal?

Até o técnico do time arregalou os olhos. Aparentemente, Adilson havia ido longe demais com sua pergunta nada discreta.

Souza, no entanto, deu um sorriso largo e faceiro. Em seguida, respondeu:

- Meus amigos... Admito que ela é um pouco chata, mas ela faz um "lexco-lexco" sensacional! S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L! Se vocês soubessem...

Todos os companheiros do time, agora incluindo a comissão técnica, suspiraram. Além de linda, Rosi fazia um "lexco-lexco"como ninguém. Como mágica, a pena que sentiam do centroavante transformou-se em inveja.

Naquela noite, de tão desconcentrado, o time levou uma sonora goleada, o suficiente para que perdessem a tão sonhada vaga na libertadores. 

Todos os jogadores passaram os 90 minutos pensando no "lexco-lexco" da Rosi. O "lexco-lexco" que ela fazia deveria mesmo ser uma loucura. Um disparate. 

Desanimado com a perda da vaga que elevaria o time a outro patamar no cenário internacional, Souza foi para casa choroso.

Lá chegando, foi surpreendido pela esposa, que miou no seu ouvido como uma gata:

- Amooooor... Quer um "lexco-lexco", agora?

- Claro que sim, minha linda - respondeu Souza, sedento.

Rosi, então, foi até a cozinha e voltou com uma panela fumegante entre as mãos.

- Não fica triste com o jogo, não. Para compensar a derrota, fiz o melhor refogado da sua vida - disse-lhe a esposa, orgulhosa, com a panela cheia do famoso "lexco-lexco".

- Ah, se eles soubessem o quanto é bom esse "lexco-lexco" - falou Souza, agora com um sorriso estampado no rosto. - Ah, se eles soubessem... 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Talento se conquista

Foto: sheetmusic.110mb.com

Muita gente acha que nascemos com determinado talento. Discordo.

Na minha opinião, talento se conquista. Simples assim.

Essa história de que fulano nasceu com determinado dom/talento me parece bem injusta se pararmos para pensar que essa pessoa teve que dispensar esforços para alcançar seu atual patamar.

Algumas pessoas, verdade seja dita, nascem com uma pré-disposição para determinadas áreas - como o clássico exemplo do esportista cujo porte físico é privilegiado -, o que pode facilitar e muito o desenvolvimento do seu talento individual.

Nascemos, pois, com uma pré-disposição para esse ou aquele talento. Nada mais do que isso.

Ninguém nasce tocando piano com excelência ou dando mortais duplos e carpados sobre um tablado, entre outros tantos exemplos esdrúxulos que não me ocorrem no momento. 

Tudo isso não passa, até mesmo por um conclusão lógica, de treino, esforço, repetição. Desenvolvimento talvez seja a palavra exata.

Ludwig van Beethoven, por exemplo, embora seja considerado um gênio até hoje, começou a tocar piano aos cinco anos. Para sorte da humanidade, seu pai, que era tenor, obrigava-o a estudar música todos os dias por horas a fio.

Essa informação, que não é do conhecimento de todos, só corrobora o fato de que nem mesmo Beethoven nasceu com o talento entranhado em seus genes. 

Gostaria de frisar que não sou tolo o bastante (será?) a ponto de acreditar que outras pessoas se tornariam gênios da música se submetidas ao mesmo tratamento de Ludwig. Mas a verdade é que ele jamais chegaria perto de quem se tornou sem esforço, sem estudo.

Por todas essas razões, sempre fico contrariado quando ouço alguém falar que determinada pessoa tem facilidade para escrever, tocar um instrumento, cantar, falar em público etc. 

Talento requer esforço. Talento se conquista.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Flocos, nunca mais!


- Não o amo mais - disse ela de forma seca e inesperada.

João quase se afogou com o sorvete de flocos ao ouvir as duras palavras que saíram da boca de sua noiva.

- Que brincadeira de mau gosto é essa, Sandra? - perguntou ele, nervoso.

Sandra, contudo, não esboçou qualquer reação que indicasse estar brincando. Mais do que inerte, era a própria definição da palavra impávida.

- É sério, Sandra. Que brincadeira é essa?

- Não estou brincado - respondeu ela, enfim.

João conhecia sua noiva como ninguém - ou pelo menos era nisso que acreditava até aquele momento -, de modo que sabia que ela, definitivamente, não estava brincando. Largou o sorvete.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntou-lhe o noivo. - Seja o que for, podemos resolver...

Sandra, porém, retirou parte da franja que lhe cobria os olhos e disse friamente:

- A verdade é que não o amo mais. Só isso.

- Como assim só isso, Sandra? Não sei se você se lembra, mas nós vamos nos casar daqui a três dias. Três dias... Tá lembrada?

- Não vai mais haver casamento - disse Sandra antes de dar um sorriso tão irônico que até mesmo Leonardo da Vinci seria incapaz de reproduzi-lo.

Uma lágrima rolou pelo rosto de João sem piedade. Depois outra. Em seguida, um balde delas.

- POR QUÊ??? - voltou a perguntar João, agora aos berros. - O que foi que eu fiz, afinal?

Sandra sorriu, agora com mais ênfase.

- Por que você está sorrindo, sua maluca? Eu não fiz nada!

- É exatamente esse o seu problema João. Você nunca faz nada. N-A-D-A! - repetiu ela de forma pausada e em letras garrafais.

- Você está sendo injusta comigo! Eu sempre dei o meu melhor...

- Injusta nada - disse ela. - A única coisa que você sabe fazer direito nesta vida é comer sorvete de flocos. Aliás, não aguento mais vê-lo comendo sorvete de flocos. Não aguento mais!

Inconsolável, João foi para sua casa soluçante. Precisava ficar sozinho.

Assim que entrou em sua residência, jogou-se sobre o sofá. Precisava pensar numa solução para o seu problema. Contudo, após muita reflexão, nada lhe veio à mente. Absolutamente nada.

João, então, levantou-se e caminhou em direção ao freezer. Abriu a porta retirou lá de dentro dois potes de sorvete: um de flocos, outro de morango.

Em seguida, com uma força quase sobre-humana, jogou o pote de flocos no lixo.

Enquanto voltava ao sofá com uma colher e o sorvete de morango em mãos, disse para si mesmo com uma convicção que jamais tivera antes em sua vida:

- FLOCOS, NUNCA MAIS! Nunca mais! 

sábado, 10 de dezembro de 2011

Um lugar para morar, um notebook e uma linha telefônica...


Foto: tecnologia.uol.com.br


Numa quarta-feira pela manhã, Marina foi tomada de assalto por um frisson, desses que acontecem apenas uma ou, no máximo, duas vezes na vida.

Por algum motivo que ela mesmo desconhecia, resolveu criar um blog.

Com o passar dos meses, sentiu que tinha talento para coisa. Parecia saber exatamente o que escrever e quando escrever.

Em pouco menos de um ano, havia conseguido a façanha de abarcar uma média de 2.000 acessos ao dia.

Todos que acessavam sua página voltavam um dia. Todos.

No entanto, a vida pessoal/social de Marina dirigia-se exatamente no sentido oposto ao sucesso do seu blog.

Primeiro foi seu namorado, Ricardo, quem a abandonou. Alegou ciúmes do notebook, que repousava sobre o colo de sua amada com muito mais frequência do que ele.

Um ano mais tarde, perdeu o emprego após ter sido flagrada por seu chefe atualizando o blog na hora do expediente pela quadragésima terceira vez.

Tudo que Marina precisava resumia-se a um lugar para morar, um notebook, e uma linha telefônica com internet. Nada mais.

Foi a melhor época da sua vida o tempo que viveu sob o manto do seguro-desemprego, porquanto podia ficar mexendo em seu blog o dia inteirinho.

Até que o dinheiro acabou, assim como a luz, o contrato de aluguel e o acesso à internet. 

Renegada por sua família e amigos, por conta do vício mal compreendido, Marina viu-se obrigada a vender seus móveis para conseguir sobreviver. Com muito custo, vendeu até mesmo o notebook.

Consequentemente, mesmo morando literalmente debaixo da ponte, usava os trocados que conseguia para comer e para atualizar seu blog em uma lan house, não exatamente nessa mesma ordem.

Marina sentia-se péssima por atualizar sua página apenas uma vez por dia, mas era a única coisa que podia fazer diante dos novos acontecimentos. Mais do que isso, uma questão de sobrevivência.  

Alguns dias mais tarde, no entanto, no melhor estilo João de Santo Cristo, viu seu mundo desabar pela segunda vez. 

Não estava preparada emocionalmente para ler o último comentário deixado em seu blog.

Em suma, algum anônimo havia comentado que seus textos andavam um pouco desleixados, bem como que suas atualizações não eram mais constantes como outrora.

Marina sentiu o coração acelerado antes de desmaiar sobre o teclado. Quando acordou, estava numa clínica de recuperação para dependentes químicos.

Dias mais tarde, o diretor da clínica - que não fazia a menor ideia do seu verdadeiro vício - incentivou Marina a criar um blog num dos computadores da clínica, a fim de que esta escrevesse sobre seus sentimentos com assiduidade.

E assim Marina agiu. 

Estranhamente, foi a paciente que mais tempo permaneceu internada naquela clínica, embora jamais tivesse usado qualquer tipo de droga.

Mas estava feliz. Aliás, feliz como nunca.

Afinal, tudo o que Marina precisava resumia-se a um lugar para morar, um notebook, e uma linha telefônica com internet. 

Nada mais.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Primeira apresentação!


Eu e mais cinco amigos temos uma banda cujo nome ainda é uma incógnita.

Embora a banda represente apenas mais uma forma de se divertir em companhia de bons amigos, costumamos ensaiar quase todos os sábados no Estúdio Paranóid's, aqui mesmo em LM.

Basicamente, fazemos alguns covers de bandas nacionais e temos algumas músicas próprias. Todas, é claro, voltadas ao rock!

Abaixo, segue o vídeo da primeira apresentação da minha banda. Fomos a terceira a se apresentar no 1 Rock in Rio do Rastro, realizado aqui na Cidade de LM!

O festival, que foi muito bem organizado pelo André e sua trupe, trouxe bandas bem interessantes. Mais do que isso, foi um verdadeiro sucesso.

Embora a luz não ajude muito, achei que ficou bem legal.   

Espero que gostem... 

Ps. Para quem não me conhece, sou o cara com o violão.


Em tempo: vídeo de autoria de @BereAtomica

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Falta de sono...

Foto: espiritualidades.multiply.com


Como eu queria ser o tipo de pessoa que recosta a cabeça sobre o primeiro objeto que vê pela frente e dorme com vontade.

Sabe aquele cidadão que dorme sentado no banco mais próximo ou mesmo quando rodeado por muito barulho? Então...

Sempre tive dificuldade para dormir, algo que credito à minha herança genética (leia-se "pai").

Deito na cama e não caio no sono como a maioria das pessoas. Mesmo se estiver bastante sonolento, ainda sim levo cerca de uma hora até adormecer. 

E para ajudar, também tenho o sono leve. Se o vizinho de cima resolve abrir a porta do quarto no meio da madrugada, sou capaz de acordar. Caso isso ocorra, demoro mais um tanto para conseguir dormir, e assim sucessivamente; um saco.

Embora eu já tenha escrito um texto defendendo a ideia de dormir menos (clique aqui para lê-lo), tenho noção de que o sono é deveras importante para qualquer ser humano.

Para se ter ideia, às vezes, mesmo após uma noite acordado, não consigo dormir o sono revigorante da tarde. Bate uma inquietação incomum que me faz levantar correndo da cama. 

Essa coisa de não ter sono vem de longe. Lembro que, quando pequeno, tínhamos uma empregada que me forçava a dormir no período vespertino. Como não conseguia, escondia uns bonecos dos "comandos em ação" (que velho!) dentro do travesseiro e começava a brincar assim que ela fechava a porta. 

Também penei na faculdade, porquanto jamais consegui dormir no ônibus, por mais cansado que estivesse.

Mas voltando ao assunto, vez ou outra me bate uma espécie de insônia. Sem qualquer motivo aparente, o sono se esvai e fico lá rolando de um lado para o outro na cama. Super divertido (#NOT).

Até já tentei algumas técnicas heterodoxas para dormir melhor, todas em vão. 

É como se essa característica já estivesse incorporada em minha pessoa, influindo, inclusive, em minha personalidade.

Se eu fosse como esses seres evoluídos que dormem várias horas por noite, ou daqueles que dormem a tarde com uma facilidade ímpar, seria uma pessoa totalmente diferente. Talvez melhor, talvez pior.

De qualquer forma, pelo menos não me sinto culpado achando que estou desperdiçando minha vida justamente por dormir demais.

Talvez seja melhor assim. Talvez.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Noites iluminadas de dezembro

Foto: cm-sintra.pt


Parece brincadeira, mas dezembro chegou novamente. 

Agora, faltam apenas algumas poucas semanas paras as tão aguardadas festividades de fim de ano.

Particularmente, gosto muito de comemorar essas datas. Crenças à parte, acho interessante todo o ritual nelas envolvido.

Embora seja um pouco inocente da minha parte, gosto de ver as luzes de natal colorindo a cidade aos poucos. Provoca uma nostalgia agradável.

E à medida que dezembro vai passando, essa espécie de eletricidade gerada pelo natal parece crescer até ficar quase palpável, o que deixa tudo ainda mais interessante.

Até que, enfim, chega a tão aguardada véspera de natal. E com ela, o agradável ambiente familiar, o creme de milho, o estrogonofe de camarão, e outros tantos pratos especialmente preparados para o dia.

Tudo, é claro, com o objetivo maior de tornar o natal esta data tão charmosa.

Sei que, ao publicar este texto, correrei o sério risco de ser chamado de careta, vítima do capitalismo, inocente, entre outros adjetivos nem tão equivocados, mas a verdade é que sou bastante ortodoxo nesse campo.

Gosto muito do ano novo, também. O simbolismo a ele inerente parece-me ainda mais surreal. 

Essa coisa de, "agora é um ano, daqui a pouco é outro", sempre teve um efeito muito peculiar sobre a minha pessoa. Quem já passou um réveillon comigo sabe do que estou falando.

O mais incrível é que essa data funciona mais ou menos como uma espécie de pausa no tempo reservada especialmente para fazermos um balanço de nossas vidas e, logo em seguida, traçarmos metas e planos tão ambiciosos quanto os de um ano atrás.

Nesse momento em especial, não importa o quão seus sonhos e desejos são ambiciosos, porquanto tudo é possível enquanto não passa de um sonho.

Esta, aliás, é a exata sensação que a mudança de ano provoca sobre a minha pessoa. Mesmo não passando de uma simples troca de dia (e calendário), soa mais como uma troca de sonhos.

Ano novo, vida nova. Ambições novas. Projetos novos. Tudo novo de novo.

Enfim, não tenho dúvidas de que o último mês do ano, com todas suas peculiaridades, é meu mês favorito.

Que venha dezembro, então.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A arte de amar

Foto: dificilartedeamar.blogspot.com


Tem uma letra de música da banda Cachorro Grande que usa a expressão "a arte de amar".

Após refletir um pouco sobre o assunto, cheguei à conclusão de que, de fato, amar é mesmo uma arte.

Explico.

Embora seja uma frase um tanto clichê, só quem ama ou já amou um dia sabe o quão esse sentimento pode ser complexo. Por vezes, difícil.

São muitas as pessoas que fazem de sua vida um verdadeiro caos quando o sentimento amor está envolvido.

Tanto é verdade que basta você acessar uma dessas redes sociais para ver inúmeras pessoas ensandecidas, com suas frases carregadas de desespero. Tudo, é claro, por conta de uma amor mal resolvido, ou coisa parecida.

A verdade é que o "ato de amar" mostra-se algo deveras denso. 

E parece-me que algumas pessoas não estão preparadas para esse sentimento tão peculiar. Carecem de preparação mental/psicológica para aventurarem-se nessa seara.

Não tenho dúvidas de que amar é e sempre vai ser o mais nobre dos sentimentos, porquanto comporta a melhor das intenções para com o próximo.

Ocorre que nós seres humanos precisamos rever alguns conceitos urgentemente, sob pena de atribuirmos a esse sentimento tão especial definição diversa da verdadeira.

O amor precisa ser compreendido/absorvido como um sentimento belo, sadio, transcendental, e não dessa forma desvirtuada e paranóica tão comum nos dias de hoje.

Concordo, pois, com a letra da música.

Amar é realmente uma arte. Uma arte para poucos...
  

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Qual sua cerveja favorita?



Cerveja sempre foi minha bebida alcoólica favorita.

E talvez por isso resolvi fazer uma espécie de avaliação sobre as cervejas mais consumidas no Brasil.

Gostaria de ressaltar aos desavisados de plantão, no entanto, que a avaliação foi realizada puramente com base no famoso senso comum.

Então, chega de papo e vamos à avaliação:

Stella Artois - Esta cerveja é simplesmente excelente. Além de ser muito  saborosa, possui um rótulo tão bonito que dá vontade de bebê-la só de olhá-lo. Seu único defeito, na opinião do meu cunhado, é que possui menos ml que suas concorrentes.

Heineken - A Heineken dispensa comentários, porquanto trata-se de um clássico. É uma espécie de Ferrari das cervejas. Você não precisa prever o futuro para saber que daqui 20 anos terá exatamente o mesmo sabor, e que sabor.

Polar - A melhor cerveja do mundo. Se você discorda (ou não conhece esta cerveja, o que é bem provável), você não é gaúcho. Bairrismo exagerado à parte, é uma excelente cerveja, não perdendo para nenhuma outra produzida no país.

  Brahma - Uma cerveja razoável, de respeito. Sem falar que sua lata é toda vermelha, cor do meu internacional - o que, por si só, já faz com que valha a pena ingeri-la (risos).

   Brahma Extra - Ainda melhor que a versão 1.0 (popular). Encorpada na  medida certa, traz consigo o verdadeiro sabor da cerveja. Mas, assim como toda cerveja extra, não é ideal para ser ingerida em grandes quantidades.

Skol - A Skol já teve seus dias de glória. Hoje, contudo, parece "aguada", sem graça. Ademais, acabou perdendo espaço para as concorrentes Brahma e Antártica Sub Zero.

      Bohemia - Sem dúvida, a melhor cerveja tipo pilsen fabricada no Brasil. Além de encorpada na medida certa, mantém sempre a mesma qualidade. Está um patamar acima das concorrentes nacionais. 

Antártica - Dá dor de cabeça.  

Antártica Sub Zero (ou sub vinte? Nunca sei...)- Não se surpreenda se esta cerveja, dentro de pouco tempo, virar o carro chefe da Antártica. Ao contrário da normal, é muito boa e vem ganhando muito espaço no mercado brasileiro.

Kaiser - Dá dor de cabeça.

Nova Skin - Aguada.

Itaipava - Tem gosto de leite. Logo, quando fizer um texto sobre leites, falarei sobre ela (risos).

Concorda? Discorda? Deixe seu comentário...

domingo, 20 de novembro de 2011

Fazendo um balanço...


O site SegundaDose.com está completando 4 anos! Nada mais justo, pois, do que fazer um balanço de sua existência no mundo virtual.

Quando comecei a escrever neste blog, levava o ofício meio que na brincadeira. Tanto é verdade que, nos três primeiros anos, postava textos de forma bem esporádica (leia-se com intervalos espaçados).

Ano passado, no entanto, tomei uma atitude, ao meu ver, bem interessante, a qual foi determinante para o crescimento do site.

Em resumo, adquiri um domínio .com junto à internet e troquei o nome originário do blog (arfh-arfh.blogspot.com) para SegundaDose.com, o que fez toda a diferença.

O novo nome, que é de fácil assimilação, facilitou e muito a divulgação do site, o que, sabemos, é algo muito importante no mundo virtual.

Foi a partir da mudança do nome que comecei a levar o site a sério.

A principal mudança, no entanto, se deu pelo fato de que passei a postar textos com mais frequência, algo em torno de um a cada dois dias.

Querendo ou não, pessoas que têm o hábito de acompanhar um blog gostam de ler textos novos sempre que o acessam.

Algo que me surpreendeu bastante nesses anos foi o fato de conseguir leitores assíduos. Isso porque sempre achei difícil manter as pessoas interessadas naquilo que você escreve.

A verdade é que sempre que me posiciono a respeito de determinado tema, seja ele polêmico ou não, corro o risco de perder a "audiência" de pessoas com opiniões discordantes.

Por outro lado, é muito interessante ver pessoas discordarem de coisas que posto e, mesmo assim, continuarem acessando o site. Isso só mostra que mereço o respeito daquelas.

Algo de que não abri mão nesses anos foi repassar ao leitor, através de textos como este, o meu modus operandi. A forma como ajo no comando deste blog.

Talvez seja um opinião isolada, mas percebi que as pessoas gostam muito de saber como as coisas funcionam por detrás da cortina. Não sei explicar ao certo, mas parece que tal atitude dá maior credibilidade aos textos publicados.

Em suma, acho que esses quatro anos de site foram muito importantes para mim, porquanto sinto que cresço como pessoa a cada texto publicado.

Pode parecer estranho, mas ordenar os pensamentos em um texto público funciona para mim como uma espécie de autoterapia.

E como escrever é uma arte que necessita de eterno desenvolvimento, espero escrever cada vez mais no decorrer dos anos.

Escrever, como já disse outras vezes aqui neste espaço, é deveras prazeroso. Sem qualquer dúvida, uma das coisas que mais gosto de fazer.

Simples assim.

Aquele abraço às pessoas que, de uma forma ou outra, acompanham este blog.

Ps. em letras miúdas: Comentários são sempre bem-vindos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Coisa de maluco...

Foto: rodolfovasconcellos.blogspot.com

Acordei com uma disposição incomum. Sentia-se mais novo, mais leve.

Olhei para o lado e vi que minha esposa já havia se levantado. Não dei muita importância, a princípio.

Assim que levantei, no entanto, percebi algo estranho. Então, dirigi-me até a sacada e confirmei minhas suspeitas. Havia mesmo algo estranho, só não sabia o quê.

Demorou alguns segundos até eu perceber que um silêncio inquietante tomava conta do ambiente, o que era bastante incomum para um sábado pela manhã.

Notei que não havia pessoas na rua. Nenhuma, para ser mais exato, assim como nenhum carro em movimento.

Logo pensei que deveria ter ocorrido algum tipo de tragédia. Assim, liguei a televisão em busca de informações. Estranhamente, todos os canais estavam sem sinal.

Fiquei ainda mais preocupado, sobretudo porque minha esposa não estava em casa.

Assim, desci correndo as escadas do prédio, e só parei quando os raios solares cegaram-me. Olhei para a direita, depois para a esquerda, e nada.

Corri até um posto. Ninguém.

Atravessei a rua ainda mais rápido e invadi uma loja de departamentos. Nada além da música ambiente comum a esse tipo de estabelecimento.

Rodei mais um pouco até perceber que tudo continuava no mesmo lugar, exceto as pessoas.

- Onde todos foram parar, afinal? - perguntei-me em voz alta, finalmente.

Estava adentrando no auge da aflição quando meu telefone celular tocou. Simplesmente, senti alívio ao ouvir o toque polifônico do meu aparelho da idade da pedra.

Olhei no display e vi o nome da minha esposa. Sorri sozinho.

- Alô - eu disse.

- Meu Deus! - retrucou minha esposa do outro lado da linha. - Onde você está? Estamos todos preocupados...

- Como assim? - perguntei.

Em seguida, ouvi calado minha esposa dizer-me que fazia 4 dias que não me via. Explicou-me que todos estavam à minha procura, inclusive a polícia.

Tentei convencê-la de que eu também estava em casa, mas foi em vão. Ela, obviamente, achou que eu estava fazendo uma brincadeira de mau gosto.

Então, após meia hora de conversa, desisti de tentar argumentar. Até porque minha esposa não era dada a brincadeiras.

Se ela estava afirmando que era eu quem não estava em casa, de alguma forma aquilo era verdade.

Mas onde eu estava, afinal?

A primeira coisa que me ocorreu foi que eu deveria estar dormindo. Contudo, o realismo extrapolava as barreiras do sonho, o suficiente para rechaçar esta hipótese.

Lembrei-me, então, de uma teoria sobre o Universo Paralelo, que um amigo havia me contado meses antes. Sim, haveria de ser isso.

Até porque não havia outra hipótese plausível. Não mesmo.

O curioso nessa história toda é que quando meu amigo falou sobre a dita teoria do Universo Paralelo, chamei-o de louco. Sem receio, enchi a boca para chamá-lo de MALUCO, com caixa alta, negrito e tudo o que tem direito.

Lembro dele ter mencionado que o tempo nos dois universos transcorria de forma diferente, o que explicava o fato de eu estar desaparecido há quatro dias.

Comecei a pensar na ironia e ri sozinho. Quem diria, eu, um cara cético, estava preso em um Universo Paralelo. Logo eu.

No entanto, quando estava quase me acostumando com a ideia, senti algo estranho acontecer.

Abri os olhos. Só quando vi minha esposa deitada ao meu lado é que me dei conta que tudo não passara de um sonho.

- Universo Paralelo... - balbuciei baixinho, sorrindo.

- O que você disse, amor? - perguntou minha esposa, ainda com cara de sono.

- Nada não - respondi. - Coisa de maluco, amor. Coisa de maluco...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Festival em LM!


Sábado passado, aconteceu em Lauro Muller o primeiro Rock in Rio do Rastro.

O evento, que foi muito bem organizado pelo pessoal do Estúdio Paranóids, contou com a presença de várias bandas da região, inclusive a minha e dos meus amigos.

A festa estava muito legal. E, sem dúvida, não faltou música boa e cerveja gelada.

Para ver as fotos do evento, acesse o site do Portal Rio do Rastro (Clique aqui).

Segundo o pessoal da organização, ano que vem tem mais.

Esperamos que sim!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O caminho é longo...


Foto: oglobo.globo.com

Semana passada, foi amplamente noticiada na mídia a prisão do famosos traficante "Nem".

Muito embora eu não goste muito de escrever textos sobre temas em evidência, não posso deixar de mencionar algo que percebi.

Com certeza não fui o único a notar tal fato, mas tenho certeza que muita gente nem se deu conta.

A prisão do traficante foi praticamente ofuscada pela informação de que os policiais militares que efetuaram sua prisão teriam recusado suborno no valor aproximado de R$ 1.000.000,00 de reais.

Tanto que os policiais que prenderam o traficante viraram verdadeiros heróis nacionais, diante de seu comportamento "pouco" ortodoxo.

Pois bem.

Embora louvável a atitude, não estavam apenas cumprindo seu dever?

A verdade é que não fizeram mais do que a obrigação. Nem mais, nem menos.

Ah, mas se fossem outros policiais, aceitariam o dinheiro sem pestanejar. Aceitariam porque são corruptos, indignos do parco salário que recebem no final do mês.

Na minha opinião, o servidor público que ignora suborno no valor de R$ 5,00 merece tanto reconhecimento quanto aqueles que efetuaram a prisão do traficante.

A corrupção não possui relação com quantidade, mas com caráter.

O cidadão/servidor/homem correto recusará a cifra que for por caráter. E, com toda a certeza, dirá a plenos pulmões:

- Não fiz nada mais do que minha obrigação. Nada mais.

O fato daqueles policiais viraram exemplo só demonstra o quanto nosso país precisa evoluir. O quanto a ordem das coisas está invertida.

E o caminho para mudarmos essa situação (leia-se educação) é longo.

Muiiiiiiiiiiiiito longo.

sábado, 12 de novembro de 2011

Enquete!!


Eu e meus amigos temos uma banda. Contudo, estamos com alguma dificuldade para conseguir um nome.

Não queremos um nome qualquer, mas um que capte a essência da banda.

Então, nada mais justo do que apelar para a opinião dos amigos. 

Quase acreditaram nessa história de essência, certo?

Na verdade, estamos em dúvida quanto a dois nomes, sendo ambos inspirados no "Chaves".

Os nomes são

14 meses --> uma alusão óbvia à quantidade de alugueis não pagos pelo Seu Madruga.

Aerolitos (ou Aerólitos) --> Da famosa frase: "não são pedras, são aerolitos".

Escolha um dos nomes e participe da enquete ao lado!

Ps. Se não gostou de nenhum dos nomes, deixe um recado com sua sugestão.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Testemunhas do avanço tecnológico

Estava conversando com um amigo sobre o surgimento da internet no Brasil: um verdadeiro acontecimento, para quem não se recorda.

Lembro que, em 1995 ou 1996, meu pai comprou um computador e instalou a bendita internet. À época, um avanço e tanto.

Só para contextualizar, tínhamos instalado em nosso PC o Windows 3.11, o antecessor do famoso Windows 95 (os nerds de plantão sabem do que estou falando).

Sem contar que para jogar alguns jogos, tinha que usar alguns comandos do MS-DOS, o que, tenho certeza, muita gente não faz nem ideia do que seja (vide a foto ao lado).

Mas voltando ao assunto, a internet da época era algo bizarro. Além de discada, era extremamente lenta. Quase arrastada.

No entanto, ainda sim era considerada um acontecimento. Tanto que, no começo, reuníamos todos no quarto para acessarmos a tão aguardada WEB.

Anos mais tarde, no entanto, aconteceu um "BUM" igualmente impactante, ao meu ver. Estou me referindo à telefonia celular.

Pasmem, mas muita gente não sabe que, no passado, não estávamos sempre à disposição dos outros. Ou estávamos em um lugar fixo, ou éramos uma incógnita.

De uma forma um tanto inocente, havia um suspense no ar. Afinal, a imaginação ia muito mais longe quando, por uma razão qualquer, algo nos impedia de nos comunicarmos com os outros.

Hoje, no entanto, parece haver uma histeria coletiva, diria quase um obsessão, quanto à localização dos seres humanos.

Isso porque, nos dias atuais, as pessoas ficam chateadas com você caso não atenda o celular, algo totalmente descabido num passado nem tão distante.

Tudo isso me fez refletir sobre as novas tecnologias que virão com o futuro. O que mais hão de inventar?

Embora seja um inequívoco sinal de que eu estou ficando velho, acho interessante vivenciar essas mudanças drásticas tão importantes para o homem moderno.

Guardadas as devidas proporções, sinto que estamos revivendo o mesmo que nossos pais quando do surgimento da televisão, luz elétrica para toda a massa, etc.

O negócio é preservar bem a memória para podermos compartilhar essas informações no futuro.

Afinal, será bem interessante dizer que presenciamos tudo isso. Bem interessante.

domingo, 6 de novembro de 2011

Não aos comentários anônimos!


Foto: saodomingossefm.blogspot.com

Vez ou outra surgem alguns comentários anônimos nos textos que publico neste blog.

Sei que não é um problema exclusivamente meu, porquanto todo blogueiro, vez ou outra, deve sofrer desse mal. 

Ocorre que fico intrigado com o comportamento dessas pessoas anônimas.

Simplesmente não entendo o motivo que leva alguém a fazer comentários, sejam eles perspicazes ou não, sob o manto do anonimato.

A primeira ideia que me passou pela cabeça, por uma questão de dedução lógica, é que agem dessa forma para ficarem mais corajosos.

Mas, após refletir um pouco, cheguei à inevitável conclusão de que não existe nada mais covarde do que ter medo de expressar a própria opinião.

Afinal, se você tem vergonha de compartilhar com os outros aquilo que você pensa ou, ainda, de criticar a opinião alheia, você não passa de um medroso.

Não me importo em ser criticado, eis que a crítica, por si só, engrandece. Prefiro, contudo, que o autor se identifique, o que, parece-me, não é pedir muito.

Minha curiosidade quanto à origem dos comentários, no entanto, não se restringe aos comentários negativos, porquanto quero saber quem está por detrás dos elogios, muito embora o anonimato nesses casos seja exceção.

Acho bem interessante saber quem são os leitores que agrado. Saber quem anda lendo as coisas que escrevo.

Enfim, penso que não existem motivos plausíveis o suficiente para justificar o anonimato.

Ou será que existem? 

sábado, 5 de novembro de 2011

1 ano do livro Segunda Dose!



É com muita satisfação que anuncio que o meu livro - Segunda Dose, da Editora Baraúna (SP) - está completando 1 (um) de aniversário (se é que livros completam aniversário).

Há um ano atrás, aquilo que parecia algo inalcançável acabou tornando-se realidade. E é difícil expressar em palavras o quão é legal ter um livro seu publicado.

A obra vendeu razoavelmente bem, sobretudo para um desconhecido como eu.

Mas, sem dúvida, o mais interessante nesse processo todo é o feedback que venho recebendo das pessoas que leram o livro. É realmente muito legal saber a opinião dos leitores sobre meu primeiro romance.

Uma coisa muito curiosa, que acontece com certa frequência, é a reação das pessoas que me conhecem quando pergunto se gostaram do livro. Dizem, com uma cara de espanto, que não esperavam um livro bom.

A sensação que tenho, talvez equivocada, é que compram o livro meio que na parceria ("para ajudar"), e se surpreendem com o resultado final, tudo isso somente por me conhecerem.

Certa vez, um amigo disse-me que preferiu o "Segunda Dose" ao "O caçador de pipas". Este, talvez, seja um dos elogios mais interessantes que recebi até agora. 

O que eu mais gostei, no entanto, foi ver meus amigos discutindo sobre a personalidade dos personagens. Fiquei com uma cara de bobo, pensando: "Cara, eles estão discutindo o comportamento de personagens que eu inventei... Muito bizarro...".

Não poderia deixar de citar, é claro, as resenhas positivas que recebi no decorrer desse ano. Guardo com muito carinho a opinião de alguns blogs literários.

Enfim, tenho muito a comemorar após esses 12 (doze) meses de publicação.

Vida longa ao livro Segunda Dose!

Ps. Daqui um mês, o blog SegundaDose.com completará 4 (quatro) anos de vida. Aguardem!