sexta-feira, 28 de setembro de 2018

O dia em que fui enganado por um taxista chileno

Tão logo saí de férias, disse para mim mesmo: preciso fazer uma viagem. 

Algo diferente, para variar.

Estava meio em cima da hora, é verdade, mas sabia que conseguiria algo. Não seria a primeira vez.

Então, fui a uma agência de turismo e, por sorte, descolei uma viagem com outras pessoas avulsas para dali alguns dias. Dois dias, para ser mais exato.

O destino: o Chile. Um país incrivelmente lindo, diga-se de passagem.

A famosa Cordilheira dos Andes não é famosa por acaso. Acreditem.

Da janela do avião, já me surpreendi com a beleza da cadeia de montanhas. É, simplesmente, lindo demais o negócio. Impactante.

Mesmo na Cidade de Santiago, em qualquer direção que você olhe, lá está a Cordilheira. Imponente, para dizer o mínimo.

Ocorre que, chegando em Santiago, descobri que nosso Real não vale absolutamente nada naquelas bandas, ainda que o câmbio sugira o contrário.

Um exemplo disso é que uma long neck custa algo em torno de R$ 28,00, com uma variação de dois a três reais para mais ou para menos, de acordo com o local (R$ 23,00 segundo a PM, R$ 32,00 segundo o Data Folha).

Some isso ao fato de que adoro uma cerveja gelada e calcule o prejuízo que tive em sete dias.

De qualquer forma, não deixei de aproveitar. Como todo bom e velho turista, pensava: "Foda-se, nunca mais voltarei aqui..."

Enfim.

Como minha operadora de telefonia, também conhecida como a antítese do morto, cobrava uma tarifa de quase R$ 40,00 por dia para usar internet, ficou meio complicado utilizar o Uber em algumas ocasiões, não restando outra opção senão me socorrer dos táxis.

Então, dia vai, dia vem, foram vários os táxis utilizados no decorrer dos sete dias, sempre com um valor relativamente justo.

Em um domingo, contudo, a história foi outra

Resolvi almoçar no famoso Costanera Center, um Shopping localizado no maior prédio da América Latina.

Como era de se esperar, paguei caro pelo almoço e pelas cervejas. Tudo dentro da normalidade.

Na hora de voltar para casa, assolado por uma preguiça clássica inerente a um pós-almoço de domingo, optei por chamar um táxi, mesmo o hotel estando localizado há cerca de apenas 1 km de distância.

Até porque, já havia feito isso antes e gasto bem pouco (algo em torno de R$ 12,00).

A corrida, por óbvio, durou não mais que três minutos. TRÊS MINUTOS!

Ao perguntar para o motorista o preço da corrida, porém, ele apontou para o taxímetro e afirmou: "Dezessete mil pesos, Sr".

- Quanto? - perguntei, achando que havia entendido errado.

- Dezessete mil pesos, Sr - repetiu o taxista, como quem já esperava um protesto.

Em uma viagem anterior, a corrida havia saído por, no máximo, dois mil pesos. Assim, num misto de curiosidade e indignação, indaguei o motorista:

-  Mas por que tão caro?

Segundo o motorista, o fato de ter pego o táxi em um domingo e na frente do shopping aumentava seu valor de forma considerável.

Tentei argumentar com o motorista que estava muito caro, porém meu protesto foi em vão.

Sabia que estava sendo enganado. TINHA CERTEZA DISSO.

A única coisa que me ocorreu no momento foi: "Vou pagar esse valor e pronto. Branco desse jeito, se cair em uma prisão chilena, serei estuprado rapidinho... (risos)".

E foi assim que perdi pouco mais de R$ 100,00 reais em uma corrida de táxi de apenas 1 Km.

Daquele dia em diante, "optei" por ir a pé aos lugares. Sorte que a viagem já estava no final.

Moral da história: Pilantras não são uma exclusividade do nosso Brasil.