quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Novos Horizontes

Desde que me conheço por gente, sempre fui um pouco avesso a mudanças

Aquele tipo de pessoa que costuma resistir às metamorfoses que a vida, vez ou outra, nos impõe.

[Da série: não se mexe em time que está ganhando]

Por que eu era assim? não sei dizer... 

Mas era. Ponto.

Nos últimos anos, contudo, descobri que mudar as coisas é um tanto interessante.

Fundamental talvez seja a palavra que melhor defina.

Tanto que, até mesmo as mudanças não planejadas, de uma forma ou de outra, acabam nos favorecendo.

Descobrimos novos gostos, novos interesses, novos talentos, novas pessoas, etc.

Em resumo, descobrimos aquelas coisas que deixamos para trás quando repetimos sempre o mesmo comportamento.

Até mesmo nosso autoconhecimento melhora. Afinal, nada como uma guinada radical na vida para fazer com que você acabe apreendendo mais sobre seu mais profundo "eu".

Não me perguntem de onde tirei isso.

Acho que não deveríamos nos assustar tanto assim com o "novo", com o inesperado. 

Se for parar para pensar, a probabilidade de que as coisas melhorem é grande. 

Digo isso com convicção porque uma mudança radical é tipo um chute na bunda.

É como se a vida lhe tirasse da inércia.

No fim das contas, talvez seja apenas meu lado otimista se manifestando mais uma vez.

De qualquer forma, como diria o mestre Humberto Gessinger, "Novos horizontes... se não for isso, o que será?"

Oremos.

sábado, 10 de novembro de 2018

Saindo sozinho

Foto: http://www.fubiz.net
Me divorciei faz algum tempo, como deve ser do conhecimento de alguns dos pouquíssimos leitores deste blog.

E, como já desconfiava, não é mais tão fácil achar amigos para sair.


Em resumo: uns estão namorando, uns casados e outros já têm filhos.

Nada anormal, apenas o ciclo da vida se repetindo incessantemente.

Então, não demorei muito a concluir que teria que sair sozinho mesmo (nem sempre, claro).

Da série: foda-se!

Ou: "E por que não?", como diria a banda "Bidê ou Balde".

A primeira vez foi estranha, confesso. Mas, depois, foi que foi. 

Até porque, tudo nessa vida é questão de costume. Quem leu o "Ensaio sobre a cegueira" sabe do que estou falando.

É uma droga sair sozinho? Sim, é uma droga! (risos)

Mas confesso que tem seu charme sair acompanhado de si mesmo, especialmente se há um chope gelado envolvido.

Embriagar-se sozinho te deixa relativamente mais reflexivo. Mais... mais... mais...

Porém, causa uma gama de reações adversas nas pessoas

Na maioria, imagino que uma reação "negativa" e equivocada. Algo do tipo: "coitado, está saindo sozinho...".

Mas tenho certeza que, pelo menos uma pessoa entre cem (mais risos), deve pensar o seguinte: "nossa, esse cara deve ser foda... gostaria de ter essa auto-suficiência...".

Definitivamente, a Sociedade não está preparada para lidar com isso (pessoas que saem sozinhas, caso não tenha sido claro).

No mínimo, é uma experiência diferente. 

Uma "aventura monótona" talvez seja a expressão mais adequada, se é que isso faz algum sentido.

Mas talvez você que está aí do outro lado da tela me pergunte: se é tão legal sair sozinho, por que estou escrevendo este texto enquanto saio sozinho?

[sim, estou escrevendo este texto enquanto estou "saindo" sozinho]

Respondo: porque interagir é da nossa natureza.

Como diria Alexander Supertramp, do filme Into the wild, "A felicidade só é real quando compartilhada".

No caso, nem que seja em uma rede social mesmo.

Era isso. Fim

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

A garota mais bela

Foto: http://8ou80foto.com/
Sempre que ia a um bar ou mesmo a um restaurante, John procurava encontrar com os olhos a mulher mais bonita do recinto.

Aquela que "parava" o bar com o simples ar de sua graça.

Em todo local que ia, por óbvio, sempre havia uma mulher assim. Uma mulher de beleza sem igual que se dissociava com maestria das demais.

E toda vez que encontrava tal mulher, invariavelmente, olhava para o namorado da mesma e pensava: "Esse, com certeza, é um cara feliz".

Não se tratava bem de inveja, mas de uma espécie de admiração por alguém ter logrado êxito em conquistar uma mulher com tamanha beleza, algo que nunca havia acontecido com John, diga-se de passagem.

John sabia que beleza externa nem sempre vem acompanhada da interna. Mesmo assim, quase que com uma licença poética, autorizava-se a presumir que a mulher mais bela do recinto, fisicamente falando, também o era por dentro.

Mesmo porque, até então, tratavam-se de meras conjecturas. Nada mais do que isso.

Ocorre que John começou a namorar uma mulher absurdamente linda.

Sabe aquele tipo de mulher que você olha e se pergunta: será que essa mulher existe mesmo? 

Resumindo: a mulher era um afronte de tão linda.

Na primeira vez que saíram, então, John resolveu levá-la a um barzinho.

Estava "tudo muito bom, tudo muito bem", como era de se esperar. 

Certa altura da noite, contudo, John resolveu ir ao banheiro, cuja fila lhe fez aguardar por uns minutos.

E foi só quando se virou, e viu sua namorada sentada, rodeada por uma espécie de nuvem cósmica de beleza sem igual, que John percebeu o que estava acontecendo.

Enfim havia chegado o seu momento. Era era ele quem, finalmente, tinha a namorada mais bela. 

O cara a ser invejado por todos os mortais inseridos naquele mesmo contexto.

Então, ainda na fila do banheiro, disse para si mesmo em voz alta: - Estou muito feliz! Mas muito feliz!

- Feliz mesmo deve ser o namorado daquela mulher ali - retrucou o homem que estava ao seu lado na fila, apontando para namorada de John.

John, por sua vez, com toda calma do mundo, abriu um sorriso tão largo quanto o Rio Amazonas e, de bate-pronto, disparou:

- Você não faz ideia, meu amigo. Você não faz ideia...