domingo, 30 de outubro de 2011

Pequenos gestos


Há uns 10 anos atrás, quando recém estava adentrando no mercado de trabalho, trabalhei como recenseador do IBGE.

Segundo o dicionário, recenseador é aquele indivíduo encarregado do recenseamento. 

Elucidativo, não?

Enfim...

Embora eu só tenha trabalhado duas semanas no ofício, foi tempo suficiente para viver algumas situações inusitadas. No mínimo, curiosas.

Uma das situações que mais me chamou a atenção foi quando me dirigi até a residência de um casal de idosos. Lá pelas tantas, após fazer inúmeras perguntas, surpreendi-me com uma das respostas.

Quando perguntei qual era a renda do casal, a matriarca respondeu baixinho:

- Eu não faço ideia de quanto meu marido ganha. Ele N-U-N-C-A me contou. Nunquinha - completou ela.

Lembro que a resposta dada pela simpática senhora de setenta e poucos anos me deixou reflexivo.

À época, era inocente o bastante a ponto de não conseguir conceber a ideia de que um marido pode esconder de sua esposa quanto recebe mensalmente, e vice-versa. 

Ocorre que, após alguns anos, acabei percebendo que isso é algo extremamente normal para algumas pessoas. Algo corriqueiro. 

Simplesmente, omitem de seus companheiros o verdadeiro salário que percebem junto ao seu empregador. Um total disparate.

Pergunto: por que alguém faria uma coisa dessas?

Pelo que me consta, a base de um relacionamento maduro é a confiança. E como confiar em alguém que mente seu verdadeiro salário?

Há quem defenda a prática de esconder determinados assuntos da pessoa amada, mas não compartilho desse modus operandi.

Sim, nós vivemos num mundo em que desconfiar é a regra. Mas acho que tudo tem limite.

Afinal, são os pequenos gestos que mostram quem realmente somos. 

Os pequenos gestos.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A voz rouca de Renata

Foto: joaquimevonio.com

Destruidora de corações: era esta a expressão que melhor definia Renata.

Não fazia de propósito, mas sempre acabava deixando os homens (e até mesmo algumas mulheres) aos seus pés. Às vezes, literalmente.

Renata orgulhava-se de possuir uma voz rouca. Uma voz um pouquinho mais grave que a maioria. 

Havia lido um estudo em que os especialistas afirmavam que mulheres detentoras dessa característica eram mais seguras de si e, consequentemente, mais sensuais que as demais.

Dona de uma personalidade forte, arrasava corações sem aviso prévio. Seu charme era tamanho que nem mesmo seus amigos escapavam dos seus astutos encantos.

Pedro era um desses amigos. Fazia quase cinco anos que amargava uma doce e silente paixão por Renata, sua amiga.

No entanto, por um desses sobressaltos de lucidez que temos a cada ano bissexto, achou que estava na hora de declarar-se para Renata. Abrir o jogo, como dizem alguns.

Como todo apaixonado, temia por sua sanidade. Rejeitado, talvez. Covarde, jamais.

Então, embuído de uma coragem quase transcendental, pegou o telefone em mãos e discou o número de sua amiga. Tremia a cada ressoar da chamada.

- Oi - disse Renata, com sua voz rouca e sensual.

Nos minutos seguintes, Pedro falou-lhe sobre seus sentimentos com uma sobriedade invejável para alguém apaixonado. Havia escolhido a forma errada, é verdade, mas ainda sim havia se saído bem.

Conseguiu convencê-la a um jantar a dois, em sua casa, naquela mesma noite.

Animado com a possibilidade de ter uma noite excepcional, preparou o melhor ambiente possível.

Renata chegou à casa de Pedro irresistivelmente linda. Transpirava pecado por todos os poros como somente uma mulher como ela seria capaz de fazer.

Trajava um vestido preto e curto, que além de decotado, deixava suas pernas torneadas à mostra.

Ouriçado, Pedro tentou diversas investidas durante a noite, todas sem sucesso. Até que, por puro e simples desespero, resolveu apelar.

- Por favor, Renata, dê-me apenas uma chance... Prometo que lhe farei a mais feliz das mulheres.

- E o que te faz pensar que daria certo? - perguntou ela.

- Somos amigos. Vamos nos dar muito bem - respondeu Pedro de súbito.

Nesse momento, um silêncio gritante tomou conta do ambiente. Pedro estava excitado e ansioso para ouvir a resposta.

Então, após alguns segundos de suspense, Renata reclinou-se na direção do amigo vagarosamente.

Pedro sentiu o corpo quente dela comprimir-se junto ao seu e teve a certeza que era um homem de sorte. Um homem de muita sorte.

Renata, contudo, colou sua boca carnuda no ouvido de Pedro e disse-lhe baixinho com sua voz rouca:

- O problema é justamente esse, querido. Somos muito amigos.

- Mas... - Pedro tentou protestar.

- Muiiiiiito amigos... - completou ela com sua voz rouca

Em seguida, levantou seu corpo escultural e foi embora. Tudo sob o olhar impávido de Pedro, que não conseguia acreditar no que havia acabado de acontecer.

Depois daquela noite, nunca mais foi o mesmo homem, porquanto sabia que jamais conseguiria viver sem aquela mulher. 

Sem a dona daquela voz. E que voz... 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

13 anos depois...



Hoje, 27 de outubro, eu e minha esposa estamos completando 13 inesquecíveis anos juntos.

Sendo 10 anos de namoro/noivado + 3 anos de casamento.

13 anos de muito amor, cumplicidade, felicidade, amizade e carinho.

Como diria o grande poeta Mário Quintana,"o amor é quando a gente mora um no outro".

Com certeza, moramos um no outro. Com toda a certeza!

Que esses 13 anos multipliquem-se por toda a eternidade!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Poeira vulcânica... what?


Acordei esses dias com a notícia inusitada de que Santa Catarina estava sendo atingida por poeira vulcânica oriunda do Chile.

Poeira vulcânica do Chile!!! Dá pra acreditar nisso?

Eu mesmo só acreditei na história quando vi minha moto quase branca de tão suja. Tratava-se da famosa poeira vulcânica.

Chama a minha atenção essa nova onda de problemas mundiais que afetam a todos indistintamente.

Faz pouco, tivemos uma crise imobiliária nos EUA que abalou o mundo inteiro. Agora, estamos sentindo aos poucos o revés da crise na Europa.

Aceito com facilidade a suscetibilidade da economia mundial, porquanto são os efeitos da globalização se manifestando na sua forma mais brutal.

Mas sermos afetados por um vulcão localizado há milhares de quilômetros me parece um tanto surreal.

Antes, tínhamos somente os problemas regionais. Quiçá, os nacionais. Agora, no entanto, temos os mundiais, como tsunamis, terremotos e, por que não, poeira vulcânica.

Onde isso vai parar, afinal?

Não será nenhum absurdo se daqui algum tempo o mercado da esquina vender proteção contra vulcões nervosos.

Consigo até imaginar aquelas propagandas "estilo Tekpix", em que aquele apresentador chato dirá de forma repetida: "E se você comprar seu Kit Vulcão agora, leve grátis um creme para pele ressecada".

Cheguei a cogitar a hipótese de que tudo isso pode ser uma conspiração latino-americana armada pelo sindicato dos lavadores de carros, mas achei meio exagerado (risos).

De qualquer forma, espero que a poeira vulcânica não vire uma constante em nossas vidas. Afinal, ter que olhar a previsão do tempo para saber se irá chover já é o bastante. 

Com a palavra os controladores de tráfego aéreo.

sábado, 22 de outubro de 2011

10 tipos de pessoas para se evitar


Foto: trollada.com

1) Pessoas que só falam de si mesmas. O pronome favorito dessas pessoas é o "Eu". Eu isso, eu aquilo, Eu.. Eu... blábláblá. Quem não conhece alguém assim? Conselho: evite-as sem moderação.

2) Pessoas que falam demais. Tudo bem falar bastante em alguns momentos, até porque isso é extremamente normal. Refiro-me àquelas pessoas que monopolizam a conversa e não deixam você sequer fazer uma única observação. Não saber escutar os outros é um grave defeito.

3) Pessoas que só falam em doenças. Sabe aquela pessoa que, mesmo não tendo nada grave, fica reclamando o tempo inteiro? Essa pessoa é tão insuportável que se você dizer que tem uma bactéria maligna no seu corpo, ela dirá que tem duas, ou mais, dependendo do grau de "chatice" do ser.

4) Pessoas que se consideram muito inteligentes. Somente uma pessoa desprovida de inteligência pode se achar mais inteligente que outra. Nós, seres humanos, somos diferentes uns dos outros. Possuímos sabedorias e qualidades diferentes. Então, se alguém soltar um "eu sou inteligente", saia correndo.

5) Pessoas que se acham importantes por conta desse ou daquele cargo. Estes cidadãos, que de importante não têm nada, costumam soltar aquela famosa frase: "Você sabe com quem está falando?". Não quero saber com quem estou falando, oras.  

6) Pessoas mal educadas. Salvo raras exceções, quanto mais "importante" é o cidadão, menos educado ele é, quando deveria ser o exatamente o contrário. Só porque é rico ou dono de um cargo de chefia você precisa tratar mal outros seres humanos? Claro (óbvio) que não.

7) Pessoas sem personalidade. Tem coisa mais chata do que aquelas pessoas que não sabem o que querem? Esse papo de tanto fez ou tanto faz é muito sem graça. Pessoas assim não são nada interessantes. Nada.

8) Pessoas fúteis. Se importar demais com bens materiais, beleza, ou coisas do gênero, são erros que muitas pessoas costumam cometer. Esse tipo de ser humano não tem muito a acrescentar. Pelo contrário.

9) Pessoas instáveis. Sem dúvida, pessoas que alternam o humor de forma frequente, sem qualquer motivo aparente, costumam afastar o próximo. Particularmente, detesto esses seres mutantes, eis que você nunca sabe o que esperar deles.

10) Pessoas que se levam muito a sério. Costumo evitar esse tipo de gente com fervor. Pessoas assim são tão chatas quanto as outras sete, porquanto não sabem se divertir. Rir das próprias tragédias é uma arte.

Concorda? Discorda? Deixe sua opinião abaixo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Aprendendo com o tempo...



Foto: voascomigo.blogspot.com

Sempre gostei de escrever sobre o avançar da idade, bem como sobre a experiência que adquirimos no decorrer dos anos.

Pode parecer meio clichê, mas essa experiência faz toda a diferença.

Quanto mais velhos ficamos, menores parecem ser os problemas. Em outras palavras, tudo fica mais fácil. 

Toda aquela ansiedade inerente à adolescência e princípio de juventude, imprescindíveis para o nosso saudável e regular desenvolvimento, mostra-se impensável após alguns anos.

Parece que, à medida que o tempo vai avançando, vamos alcançando o equilíbrio tão desejado. É como se aprendêssemos a buscar as coisas certas nos lugares certos, sem desperdício de tempo.

Fiquei pensando, no entanto, que tanta calmaria também pode nos ser prejudicial, eis que aprendemos muitas coisas úteis (e inúteis, claro) no desenrolar desenfreado da juventude.

Logo, precisamos saber mesclar juventude e experiência. Ainda nos clichês, saber extrair o que há de melhor em cada etapa dessa coisa chamada vida.

Tenho apenas 29 anos (apenas?), é verdade, mas o suficiente para tomar decisões mais sábias do que outrora. E espero que essa história se repita sucessivamente.

Seria muito mais fácil elencar as desvantagens do envelhecimento, como o joelho que já não funciona tão bem, ou o metabolismo de uma pessoa beirando os 30, entre tantas outras coisas. 

No entanto, optei por enxergar o lado bom das coisas. O lado melhor, em resumo.

Que venham os anos e, com eles, a tão subestimada experiência.

Envelhecer é uma dádiva. Mas envelhecer com sabedoria é ainda melhor.

domingo, 16 de outubro de 2011

Casados por muitos e muitos anos...

Foto: isistoledo.blogspot.com

Literalmente, tiro o chapéu para casais longevos.

Ontem à noite, quando saía de um barzinho, avistei um casal conhecido junto a uma das mesas do estabelecimento bebendo uma cerveja (no dito bar não tem chope; uma lástima).

Pelo que me consta, devem estar casados há, pelo menos, uns vinte anos - o que, com certeza, não é para qualquer um.

Não sei vocês, mas acho incrível quando um casal resiste ao tempo com tanta propriedade, tanta convicção.

Lá, sentados, eram muito mais que um simples casal. Representavam, em sua excelência, o casal perfeito. 

Quantas coisas boas devem ter compartilhado no decorrer desses anos? Quantas intempéries devem ter enfrentado juntos? 

A questão é que, com ou sem problemas, fizeram seu relacionamento prevalecer sobre tudo e todos. Venceram o tempo, parecendo-me, de forma categórica.

Óbvio que alguns relacionamentos não possuem o necessário para durar um bocado, porquanto são muitos os fatores envolvidos.

De fato, se já é difícil encontrar uma pessoa agradável para iniciar um simples relacionamento, que dirá encontrar alguém para passar o resto da vida ao seu lado na alegria e na tristeza, no sentido metafórico inerente a estas palavras.

De qualquer forma, prefiro acreditar que aquele casal é sim muito feliz, assim como que tiveram e ainda terão muitos anos de glória.

E espero que, assim como eles, eu e minha esposa estejamos lá, nesse mesmo barzinho, tomando uma cerveja de mãos dadas daqui muitos anos.

Ou, quem sabe, bebericando um chope. Afinal, espero que tenham chope até lá.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"CHATOS em caixa alta"

Foto: teclasap.com.br


Às vezes, bate uma indignação com certos acontecimentos.

É triste ver tantas pessoas legais perderem a vida enquanto outras, que não merecem sequer o ar que respiram, vagam por aí num contínuo "desperdiçar da vida".

A pessoa que só sabe reclamar merece uma surra de realidade. Um banho de água fria para acordar e, quem sabe, parar de jogar fora dias que nunca voltam.

Quão feliz alguém pode ser se a única coisa que sabe fazer com propriedade é declamar aos quatro ventos sua pseudo-desgraça particular?

Pessoas que reclamam incessantemente são CHATAS! Com direito a caixa alta, negrito e tudo mais.

Juro que, se um desses chatos cruzar meu caminho no dia de hoje, vou ter o prazer de lembrá-lo da sua condição de insuportável.

Malditas sejam essas pessoas extremamente sem noção. Extremamente insensatas.

"CHATOS em caixa alta": Talvez seja esta a expressão que melhor os define. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O irresistível pescoço de Amanda

Foto: chicletedecarnemoida.blogspot.com

Carlos Eduardo era um cara bem normal. Normal até demais, como costumavam dizer seus avós.

Tinha 31 anos e jamais havia se apaixonado por uma mulher até aquela fatídica terça-feira, véspera de feriado.

Estava descendo a escadaria do prédio dos correios quando viu Amanda pela primeira vez. Para ser exato, quando viu o pescoço de Amanda. Isso mesmo, o pescoço.

Carlos não fazia o tipo tarado, daqueles que ficam procurando pescoços desnudos pela web, longe disso. E jamais havia se apaixonado por uma parte específica de uma mulher, tal qual ocorrera naquela terça.

Como disse, era um cara normal. Era. 

O belo pescoço de Amanda, no entanto, havia mexido com seus brios. 

A sensação que lhe acometia era tão intensa que sentia como se tivesse sido arrancado do seu centro gravitacional. 

Carlos, então, resolveu agir. Afinal, por mais insano que parecesse, não mais conseguia vislumbrar um futuro sem aquele irresistível pescoço.

De supetão e seguindo seus instintos, convidou-a para sair. Após relutar um pouco, o pescoço aceitou o convite, ou melhor, a dona dele.

Amanda gostou da abordagem divertida de Carlos Eduardo, o qual não mencionou nada a respeito do que realmente motivara o convite.

Foram a um restaurante chique, localizado num bairro nobre da cidade onde moravam. 

Carlos Eduardo quase teve um orgasmo solitário quando viu Amanda chegar ao restaurante com o cabelo preso. Apenas alguns fios caíam por sua nunca desnuda, provocativa.

Simplesmente, não conseguia parar de olhar para o pescoço dela.

Amanda sabia que havia algo errado com seu companheiro, mas não sabia precisar exatamente o quê. Então, achou melhor aguentá-lo por mais algumas horas e dar o fora.

Após alguns minutos de um silêncio constrangedor, Carlos pediu licença e foi até o banheiro.

Na volta, sem a menor cerimônia, chegou sorrateiramente por trás de Amanda e mordeu seu pescoço de leve, o bastante para que esta desse um pulo da cadeira.

- Você mordiscou meu pescoço? - perguntou ela, atônita.

- Sim - respondeu Carlos, sóbrio. - Não consegui resistir ao seu pescoço.

- Você é algum tipo de tarado? - Amanda perguntou novamente.

- Suponho que sim. Um tarado de pescoços, para ser mais exato - respondeu , sorrindo.

Irresignada, Amanda levantou-se bruscamente da cadeira e gritou alto o suficiente para que todos os clientes do restaurante ouvissem:

- Seu doente!

Após, girou-se sobre seu salto agulha e levou seu pescoço embora consigo.

Carlos Eduardo, por sua vez, era apenas sorrisos. Jamais esqueceria aquela mordiscada.

Sua felicidade não se resumia àquele ato isolado, mas ao fato de que havia descoberto, enfim, uma verdadeira paixão.

Daquela noite em diante, seria um novo Carlos Eduardo. Em resumo, um homem em busca de pescoços.

- Pescoços, aguardem-me - disse Carlos para si mesmo em voz baixa. - Aguardem-me!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pensar mais


O que leva alguém a agir de forma insana?

Simplesmente, não entendo o modo como algumas pessoas se comportam frente a uma "adversidade nem tão adversa".

Muitas pessoas parecem não pensar antes de agir, o que é um grande erro. Talvez, o maior dos erros.

Nada mais prudente do que contar até dez - ou até 1.000, dependendo da pessoa em questão - antes de fazer aquela burrada da qual você se arrependerá por anos.

Claro que nem sempre conseguimos refletir o suficiente antes da ação, sobretudo quando estamos alterados por este ou aquele motivo.

Nesse caso, resta-nos "reparar o reparável".  

E se você errou, qual o problema em pedir desculpas? A menos que você se considere melhor do que alguém, o que é bem pouco provável, desculpar-se é um dever. 

Acho engraçado como ainda consigo me surpreender com o ser humano. Com as vicissitudes do seu caráter.

É aquela velha história: quando você acha que já viu de tudo, é porque ainda não viu nada.

Se me permitem um conselho, acho que devemos pensar mais antes de agir.

Bem mais, eu diria. Bem mais. 

sábado, 8 de outubro de 2011

Analfabetos funcionais


Foto: mensagens.culturamix.com

É triste chegar a esta conclusão, mas a verdade é que somos um país repleto de analfabetos funcionais.

Segundo o Wikipedia, "Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças, textos curtos e os números, não desenvolve habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas [...]"

Quantas pessoas você conhece que não conseguem sequer interpretar um texto simples? Ou realizar uma simples operação matemática?

Infelizmente, conheço várias. Várias, eu disse.

Não estou me referindo àqueles que, por um motivo ou outro, não tiveram a oportunidade de estudar, mas àqueles que, mesmo tendo se "dedicado" aos estudos, ainda sim não sabem o básico.

Extrair informações corretas de um texto é o mínimo que se pode esperar de um cidadão que cursou o ensino básico, antigamente denominado 1 grau.

Obviamente, essas mesmas pessoas com dificuldade de interpretação não conseguem escrever um texto sem cometer inúmeros assassinatos à língua portuguesa.

É o chamado efeito cascata. 

Oras, se não sabemos nossa própria língua materna, nunca aprenderemos outras línguas, como ocorre nos países desenvolvidos.

Sim, temos várias coisas das quais nos orgulhar. Mas quando o assunto é educação, tenho vergonha de ser brasileiro.

O que mais me entristece, contudo, é que estamos estagnados no quesito educação. Ou alguém consegue vislumbrar esforços do Governo nesse sentido?

Eu não. Não mesmo.

E você?

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

7 coisas (estranhas) que gosto muito



Gosto é uma coisa muito particular. É aquele velha história: cada um tem o seu.

Então, resolvi listar 7 coisas (estranhas) que gosto muito. 

Vamos a elas:

1) Ligar o ventilador para dormir mesmo no inverno. A princípio, pode parecer coisa de maluco ligar o ventilador mesmo quando a temperatura é bastante baixa. No entanto, mostra-se algo tão insano quanto dormir com a televisão ligada, hábito de várias pessoas. Aquele barulinho particular produzido pelo ventilador é tão hipnotizador que não há nada melhor para adormecer. 

2) Comer churros. Não sei se é pelo fato de que minha Cidade não possui um único vendedor de churros, mas é só eu me deslocar para algum lugar que tenha tal iguaria que lá vou eu comer um (vários) churros.

3) Twittar. Cara, depois que passei a usar esta ferramenta, nunca mais fiquei por fora dos assuntos (nem perdi mais festas da turma). As notícias lançadas no microblog são mais rápidas que qualquer telejornal de respeito. Quando os EUA capturaram Osama, fiquei sabendo da notícia muito antes dela vir em forma de susto no plantão da globo.

4) Dormir tarde. Tudo bem que não trabalho no período matutino, mas acho muito chato ter que dormir cedo em qualquer circunstância. Gosto de ficar acordado e aproveitar o silêncio da noite para escrever.

5) Ouvir música enquanto corro. Fazer qualquer exercício físico em silêncio, sobretudo quando corro, não tem a menor graça. A música funciona como aquela motivação extra, quase um combustível, que me faz continuar em frente.

6) Tomar banho de mar no inverno. Os "friorentos" que me perdoem, mas ir até a praia e não dar um belo mergulho, mesmo no inverno, é quase o mesmo que não ir. Além do mais, nada melhor que água do mar extremamente gelada para lembrar-nos de que estamos vivos.

7) Beber cerveja bem gelada. Cerveja que é cerveja tem que ser estupidamente gelada. Caso contrário, prefiro nem ingeri-la. 

Aquele abraço.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Todos sairemos derrotados



Foto: radiosociedadeam.com.br


O time estava afundando. Fazia impressionantes 17 rodadas que não ganhava uma única partida.

Para piorar a situação, precisava vencer o último jogo do campeonato pela diferença de dois gols para não ser rebaixado.

O time, que até então era considerado um dos grandes do futebol brasileiro, jamais havia passado por tamanho vexame.

Como se não pudesse ficar pior, o adversário do último e derradeiro jogo era seu maior rival e líder do campeonato. Favorito absoluto, bastava um empate ao rival para que se sagrasse campeão. Um mero empate em seus domínios.

Desesperado com a iminência do rebaixamento, o presidente do time resolveu apelar.

Contratou ninguém mais ninguém menos do que Jackson, um antigo craque da equipe que, uma semana antes, estava relegado ao esquecimento em um clube da terceira divisão do campeonato brasileiro.

A torcida entrou num profundo estado de euforia quando do anúncio da contratação de Jackson, porquanto este, mesmo no auge dos seus 37 anos, seria o único jogador capaz de fazer seu time escapar do rebaixamento. 

Além do mais, os vários técnicos que haviam dirigido o time naquela fatídica temporada haviam escalado mais de 42 jogadores diferentes. Contudo, nenhum daqueles jogadores possuía o prestígio do novo-velho atacante.

Quando as equipes perfilaram-se à beira do gramado antes do jogo, todos os olhares estavam voltados para Jackson, a grande esperança do time que não vencia há 17 rodadas.

O comentarista mais famoso do país, eufórico, afirmava com toda convicção que Jackson iria relembrar as glórias do passado e anotar os dois gols necessários. Afinal, o atacante havia nascido para vestir aquela camisa.

Até mesmo Jackson deixou-se levar pela euforia da torcida, tendo quase certeza de seu triunfo.

As lesões incessantes, os times pequenos pelos quais vinha atuando nos últimos anos, nada mais importava. Assim que vestiu a camisa sagrada do time de onde nunca deveria ter saído, sentiu que tudo voltara ao normal.

No primeiro pique de Jackson rumo ao gol, no entanto, o atacante sentiu uma fisgada violenta romper-lhe o músculo da coxa esquerda.

Era o fim da carreira do jogador.

A dor particular do atacante traduzia com propriedade o sentimento geral da torcida, que assistia a tudo impávida.

Sem Jackson, somente um milagre salvaria a equipe. 

90 minutos mais tarde, o placar eletrônico do estádio mostrava que o time de Jackson havia perdido para seu maior rival pelo humilhante escore de 6 x 0.

Naquele dia, os torcedores do time aprenderam uma lição importante: milagres existem, mas são tão raros quanto ganhar na loteria.

Certas coisas são tão lógicas que nem mesmo o maior dos esforços é capaz de mudar aquilo que está praticamente consumado.

A verdade é que, nos dias de hoje, não há mais espaço para a inocência. Não mesmo.

Quer se dar bem na vida?

Preveja jogadas, antecipe os lances e, acima de tudo, saiba reconhecer a derrota. Afinal, quando menos esperamos, é a nossa vez de sofrermos um revés.

Uma hora ou outra, todos sairemos derrotados. Todos.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pensamentos passageiros

Escrever sobre pensamentos passageiros é apropriado?

Acredito que sim.

Mas e quando esses mesmos pensamentos, na precariedade que lhes é inerente, perdem o sentido?

É justo deixar o interlocutor achando que os sentimentos ainda perduram?

Talvez seja uma boa ideia colocar uma observação logo abaixo de cada texto.

Algo como: "Sentimentos passageiros. Favor não os levar tão a sério".

Na dúvida, melhor começar a utilizar esse método.

Afinal, ser mal interpretado é muito fácil.

Fácil até demais.

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sábado, 1 de outubro de 2011

Nota rápida sobre coisas rápidas

Engraçado como algumas coisas perdem o brilho na mesma velocidade com que nos conquistam.

De repente, parece que a brincadeira perde todo o sentido.

Aquilo que o encantava, agora o irrita. Nada mais, nada menos.

E você pensa: "o que estou fazendo aqui?"

Mais uma da série "Coisas da vida".

Coisas da vida...

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