terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O caminho do meio

Foto: keepgeek.wordpress.com

Não sei se foi o livro do Chico (Budapeste) ou o texto novo do Gessinger, mas me bateu uma vontade surreal de escrever mais um texto, algo que raramente faço duas vezes no mesmo dia.

Quando comecei a escrever neste blog com certa assiduidade, em janeiro do ano passado - após 3 anos de textos esporádicos e arrastados -, achei que estava no caminho certo.

E os números me indicavam isso. Até porque pude observar que quanto maior a quantidade de textos publicados, maior o número de acessos.

Ouvi de alguns amigos, contudo, que não deveria atualizar o blog com tamanha volúpia (leia-se frequência), haja vista que assim não conseguiriam acompanhar meus textos a contento.

À época, lembro de ter ficado intrigado. Mais do que isso, dividido.

Qual seria a medida correta, afinal? 

Ao publicar textos diários, corre-se o sério risco de atrair a atenção de leitores ávidos, os quais são mais exigentes por natureza.

Leitores com essa característica, tal como vampiros sedentos, querem sugar suas ideias a todo e qualquer momento. Pouco ligam para sua vida social, se é que você tem uma.

Textos semanais, d'outro norte, embora "relativamente" detentores de maior qualidade, podem desestimular uma nova visita diante do grande lapso temporal transcorrido.

No afã de alcançar o tão buscado equilíbrio, optei pelo caminho do meio, embora não menos arriscado.

Procuro, pois, escrever dois ou três textos por semana. Algumas vezes, tarefa fácil. Outras, nem tanto.

Penso que o mais importante é não abrir mão da qualidade. Simples assim.

Afinal, leitores que se prezam conseguem conviver com textos esporádicos. Com textos ruins, jamais!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mais uma noite de terça...

Foto: 30ealguns.com.br

Estava angustiado ao extremo naquela tarde de terça. 

Soube no momento em que peguei a arma que faria uma bobagem das grandes.

Não queria acabar com a minha vida, mas com a dor que me impedia de viver; sentimentos que às vezes se confundem em pessoas como eu.

O uísque que ingeria simultaneamente, por incrível que pareça, não fomentava minha coragem, porquanto deixava meus sentimentos ainda mais sob a flor da pele.

Tentei ouvir uma canção, talvez a última de minha conturbada vida, na esperança de que facilitasse as coisas. Contudo, tudo que eu fazia me desencorajava.

As lembranças, os pensamentos, as fotos, tudo militava em favor da vida, menos eu.

O tempo foi passando em meio a tantas dúvidas. A verdade é que mais uma noite de terça insistia em nascer.

Mas eu não queria mais noites de terças, nem de quartas, nem de quintas, eu queria o nada, o vazio, aquilo que eu imaginava como sendo a morte.

Então, desesperado com a possibilidade da desistência, empunhei a arma como somente um algoz o faria. 

Pude sentir um sorriso espontâneo e malicioso manifestar-se no canto da minha boca - o sinal inequívoco de que a hora havia chegado.

Coloquei a arma na cabeça e respirei fundo. 

Puxo o gatilho ou não puxo?, pensei.

Foi nesse momento em que hesitei. E foi na hesitação que perdi aquilo que considero a maior das coragens: o ato de ceifar a própria vida.

Não bastassem os motivos que haviam me levado até aquela atitude desesperada, agora tinha que carregar comigo a humilhação inerente às pessoas que hesitam.

- Sou um fracasso total - disse para mim mesmo em voz alta.

Em seguida, guardei a arma. E com ela, guardei também a minha vontade de morrer.

Talvez numa outra terça, pensei. Numa outra terça... 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Visão de um blogueiro



Sabem o que eu mais gosto no meu blog?

Eu escrevo nele o que eu bem entender. E ponto final

No SegundaDose.com, sou livre. Sou meu próprio chefe.

Mais do que isso, cumulo as funções de escritor, revisor, ilustrador, diretor de marketing, diretor de mídia, colaborador, moderador, etc. 

Mando e desmando - em mim mesmo, claro - como um ditador que recém assumiu o poder através de um golpe de estado.

"Sou meu próprio líder, ando em círculos, me equilibro entre dias e noites..." (R. Russo). 

É aqui, neste espaço tão peculiar, que exerço minha liberdade de expressão, direito fundamental consagrado pela Constituição Federal.

Gosto que meus textos sejam comentados, e de trocar ideias com o interlocutor. Outro dia mesmo me pediram conselhos sobre o casamento, o que, confesso, achei muito interessante.

Contudo, também gosto das críticas. De saber o outro lado da moeda, a outra forma de pensar, de escrever, de ser...

Acima de tudo, gosto de escrever por escrever. De transformar ideias em textos, ainda que uns sejam mais inspirados que outros.

Daquela voz que sussurra no meu ouvido: "isso daria um bom texto..." até o momento de positivá-lo através de linhas nervosas.


Enfim, gosto muito das sensações que este blog me proporciona.

Pensamentos compartilhados = tarefa cumprida.

Aquele abraço aos leitores (assíduos ou não).

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Feriados que matam

Foto: routenews.com.br

Mais um feriado, mais mortes no trânsito.

E o mais incrível é que essa lamentável história se repete ano após ano.

Sinceramente, dá até medo de sentar atrás do volante nesses feriadões. A impressão que tenho é que podemos virar estatística de trânsito a qualquer momento.

Se levarmos em conta, então, que este ano possui muitos feriados, tal probabilidade aumenta significativamente.

Penso que uma simples análise do comportamento do brasileiro explica tantos acidentes com vítimas.

Da próxima vez que você for para a praia, observe seu vizinho, o cara que mora na esquina, o que está sentado ao seu lado na beira do mar, etc. O que alguns deles têm em comum?

Resposta: mesmo tendo que viajar dali algumas horas, é normal vê-los enchendo a cara de bebida alcoólica.

O resultado, claro, todos conhecemos.

O pior é que nem sempre a bebida alcoólica é a grande vilã da história. Existem muitos motoristas que, mesmo não bebendo, conseguem ceifar a vida alheia diante da clara imprudência ao volante.

O motorista brasileiro, por natureza, é mal educado no trânsito. Mais do que isso, é um verdadeiro assassino em potencial à espera de sangue.

Será que o governo federal não poderia criar uma política eficaz contra esses vilões do trânsito?

Quantas pessoas mais terão que morrer dentro de um veículo para que nossos governantes resolvam agir de verdade?

Já está mais do que comprovado pelas famosas estatísticas que as propagandas "direção responsável" não surtem o efeito desejado. Temos, pois, que tentar outra abordagem. 

Ou será que estou falando bobagem?

Parece que estão esperando um caso emblemático. Algo que faça a coisa acontecer, tal qual já ocorreu em outras searas.

E enquanto isso?

Mais pessoas morrerão, infelizmente.

Só nos resta torcer para que não sejamos nós as vítimas do próximo feriado. 

Na dúvida, melhor ficar em casa.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Corra atrás!


Foto: kimovimento.blogspot.com

Persistência. Perseverança. Determinação.

Quando quero algo de verdade, são essas três palavras que me inspiram. São elas que pautam minha vida, meu estado de espírito.

Afinal, desejar muito uma coisa e não tirar a bunda do sofá para conquistá-la não adianta de nada.

N-A-D-A!

É triste, mas nós homens/mulheres somos acomodados por natureza.

Tanto é verdade que vivemos reclamando que não conseguimos o emprego dos sonhos, que gostaríamos de fazer aquela pós, que não conseguimos perder peso, que não conseguimos terminar aquele projeto, etc.

O velho ditado ainda vale: "sem esforço não há recompensa".

O problema é que ninguém parece querer se esforçar. Suar a camisa, para variar um pouco.

Reclamar da vida é fácil, cômodo. Agora, ir em busca de um objetivo com unhas e dentes é para poucos. 

Temos que ter a consciência de que nada nesta vida cai no nosso colo. Tudo tem que ser conquistado, tal qual uma batalha medieval, ainda que de forma metafórica.

"Esforçar-se" é o caminho para qualquer destino que valha a pena.

Não custa tentar... Ou custa?

Saia da inércia enquanto há tempo. Não caminhe até seu objetivo, corra até ele!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O onipresente

Imagem: devaneiosesporadicos.blogspot.com

Algumas pessoas parecem ser onipresentes. O exemplo da vez é o cantor Michel Teló.

A música de gosto duvidoso por ele interpretada, surpreendentemente, dominou o mundo. É um tanto bizarro, mas não há um ser humano sequer que não conheça a frase "ai se eu te pego".

Percebi que muitas pessoas têm criticado o artista, o que, na minha opinião, trata-se de um grave equívoco. O problema é a música, e não quem a interpreta.

Querendo ou não, ele deve ter passado muito trabalho para chegar no patamar que se encontra hoje. Afinal, todos sabemos que vida de músico não é algo tão fácil quanto parece. Com certeza, deve ter abdicado muita coisa de sua vida pessoal para divulgar seu trabalho nas turnês.

Minha crítica restringe-se, pois, às pessoas que fizeram da sua música o sucesso mundial da vez.

O cantor/intérprete está apenas trabalhando. Assim como todos, querendo seu lugar ao sol e sustentando sua família. 

Talvez ele nem aprecie esse tipo de música, vai saber...

O problema são as pessoas que fomentam uma música cuja refrão é "ai se eu te pego". É tão de mau gosto que chega a ser engraçado.

Particularmente, detesto o gênero "sertanejo universitário". Como reza a piada, estou louco que esse sertanejo se forme de uma vez e vá embora.

As pessoas que gostam desse estilo musical, contudo, poderiam escolher músicas com letras um pouco melhores, um tantinho mais elaboradas, se não for pedir demais.

Acontece que muitos, por uma questão cultural, nem ligam para a letra da música. Até porque sabemos que interpretação de textos não é o forte do brasileiro, cuja educação costuma ser pífia.

A regra do cidadão brasileiro é: basta uma melodia "bonitinha" e pronto, está feita a festa dos "baladeiros" (que gíria horrível) de plantão.

No auge da minha inocência, penso que as coisas não deveriam ter tomado este rumo. Mas como mudar essa forma de encarar a música depois de tanto tempo?

A verdade é que sempre que faço uma crítica à sociedade, acabo voltando ao mesmo ponto: 

E-D-U-C-A-Ç-Ã-O! (com negrito, caixa alta e tudo)

Digam o que quiserem, mas se tivéssemos uma educação decente, ao menos satisfatória, as coisas seriam bem diferentes neste país. Bem diferentes mesmo.

Alguém discorda?

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Feliz aniversário!


Hoje, 04 de fevereiro, é um dia muito importante para mim.

Isso porque é o aniversário da pessoa que mais amo neste mundo: minha esposa.

Sem ela, não sou nada, não sou ninguém. Nada mais justo, pois, do que parabenizá-la através deste blog.

Desejo a você, meu amor, toda a felicidade do mundo. E que sua vida seja sempre repleta de amor e carinho.

Um beijo enorme do maridão que te ama demais!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Efeitos do envelhecimento


Foto: poetasindependentes.blogspot.com

Tenho apenas 29 anos, mas percebo em mim inegáveis sinais do avançar da idade.

Mesmo não sendo um cara sedentário, já que costumo praticar bastante atividade física, quase sempre volto do futebol "meio quebrado".

Na última quarta, por exemplo, cheguei em casa com o tornozelo bastante dolorido e fiquei uns dois dias sem conseguir encostar o pé no chão (até me lembrei daqueles cantores de axé insuportáveis que não param de gritar "tira o pé do chão").

O mais incrível é que uma hora dói o tornozelo, outra o joelho direito, depois o esquerdo, etc.

Sempre que acontece isso, lembro de quando era criança... Quando jogava horas e mais horas seguidas de futebol e as consequências limitavam-se ao cansaço.

Sei que ainda sou novo e que tenho muito mais energia do que gente com metade da minha idade, mas já não sou o mesmo de outrora.

Isso acontece comigo, com você, com todos.

Mesmo sendo algo relativamente ruim, é interessante testemunhar os efeitos do envelhecimento. Afinal, não são todas as pessoas que vivem tempo suficiente para tanto.

Querendo ou não, envelhecer é uma dádiva. Algo que só vai acontecer se tudo sair conforme o planejado, partindo do pressuposto que você pretenda viver bastante, é claro.

Prefiro, pois, curtir o envelhecimento a ficar reclamando das coisas ruins a ele inerentes. Extrair apenas as coisas boas, tal como a experiência.

Vivamos, amigos! A vida é mais curta do que parece.