quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

A barba



Foto: http://cdn.gq.com.mx/uploads/images

De repente, senti uma vontade de deixar a barba crescer. Uma barba grande e vistosa, estilo "LENHADOR NUTELLA", saca?

O porquê disso eu não sei, mas acabei sucumbindo a essa vontade e deixei os pelos faciais avançarem sem freio para ver no que ia dar.

E cá estou com uma barba "legalzinha". Se é que uma barba pode ser adjetivada dessa maneira.

No começo, admito que foi estranho sair com o rosto coberto de pelos, tipo um neandertal, mas fui me acostumando aos poucos, a ponto de não mais me imaginar sem ela (a barba).

A impressão que tenho, talvez equivocada, é que fiquei com mais personalidade.

Tipo "ali está um cara que sabe o que quer" (fui obrigado a rir dessa...


Mas, talvez, tenha ficado apenas mais feio mesmo; um risco sempre presente.


Claro que o resultado dessa barba desmedida não tem se mostrado uma unanimidade. 

Na noite de natal mesmo, fui chamado de Enéas (procure no google se você tiver menor de 30 anos). E, alguns dias antes, de papai noel. 

Papai noel? Sacanagem...

---------------------------- PAUSA PARA UM CAFÉ -------------------------------

Retomando: Há, por outro lado, alguns poucos apoiadores da causa, cuja opinião, por questões óbvias, aprecio muito.

De qualquer forma, optei por permanecer barbudo por mais um tempo. Pelo resto da vida, quem sabe...

Até porque, seria uma injustiça com quem quer ter barba e não pode, seja pelo motivo que for.

Abdicar de usar barba, então, ainda mais nos dias de hoje, representaria uma espécie de desperdício de talento.

E como homens médios não podem se dar ao luxo de desperdiçar um talento, dada a sua escassez, nada me resta senão manter a barba no rosto até segunda ordem.  

Afinal, como disse antes, estou gostando da brincadeira.

Talvez até um pouco demais...


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O feitiço

Foto: http://www.robsonpiresxerife.com/wp-content/uploads/2012/09/caldeirao.jpg

- Preciso de um feiticeiro – foi a primeira coisa que Rubens disse  tão logo Aderbal, seu melhor amigo, entrou no bar.

- Como assim? – perguntou Aderbal, um tanto surpreso com a frase dita por Rubens, que, até onde conhecia, era cético o bastante para rechaçar qualquer coisa parecida.

Rubens, então, num misto de animação e sofreguidão, disse:

- Estou apaixonado, meu caro.

- A – P – A – I – X – O – N – A – D – O! – repetiu Rubens, como se estivesse naquele programa de gosto duvidoso chamado soletrando.

Inicialmente, Aderbal pôs-se a sorrir. Poucos milésimos de segundos depois, contudo, perguntou:

- Apaixonado por quem?

- Pela Marta, da contabilidade – respondeu Rubens.

- Mas como isso aconteceu?

- Lembra daquele churrasco que fizemos na casa do Aroldo no ano passado? Na beira da piscina e tal... Lembra?

- Lembro – disse Aderbal.

- Então... nunca mais fui o mesmo depois daquele churrasco. Lembro como se fosse hoje quando vi a batata da perna da Marta  pela primeira vez – completou Rubens, pouco antes de dar um longo suspiro.

- Batata da perna? – perguntou Aderbal com cara de quem não entendeu direito.

- É... batata da perna... Panturrilha! Saca?

Em seguida, Rubens emendou: - A verdade é que, depois que vi a batatinha da perna da Marta, acabei me apaixonando por ela... não sei dizer o porquê, mas aquela panturrilha foi demais para mim... E, desde então, não consigo fazer outra coisa senão pensar nela... é tipo uma maldição...

- Por isso o feiticeiro? – perguntou Aderbal, sorrindo.

- Exato.

- Mas, afinal, qual o problema de você se apaixonar pela batata da perna da Marta? – tornou a perguntar Aderbal, ainda sorrindo.

- Sou casado, lembra? – respondeu Rubens, de bate pronto.

- Você está apaixonado por uma batata da perna. E, até onde sei, isso não é tecnicamente uma traição – ponderou o amigo, como se quisesse amenizar sua culpa.

- Pode até ser - respondeu Rubens, balançando a cabeça. 

Porém, após alguns poucos segundos, disse: 

- Só tem um pequeno problema... tenho certeza que minha mulher não vai gostar nada  nada dessa coisa de se apaixonar pela batata da perna alheia. Tenho certeza...

- Ao feiticeiro, então? - perguntou Aderbal.

- Ao feiticeiro! - respondeu Rubens. 

E completou: - Mas tem que ser dos bons! - Dos bons!

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Questão de prioridade


Dia desses, estava lendo um texto sobre a mudança de prioridades entre a nossa geração e a de nossos pais.

O texto mencionava, dentre outras coisas, que a necessidade de acumular bens materiais é coisa do passado. Agora, o objetivo é viver uma vida plena/intensa enquanto se é jovem, com o que tive que concordar.

Acredito que esse negócio de juntar dinheiro em cima de dinheiro para quem sabe num futuro nem tão próximo assim desfrutar da vida, de fato, é uma máxima que se encontra ultrapassada.

Por que fazer aquilo que gostamos quando estivermos aposentados (e sem energia) se podemos fazer agora?

Faz sentido, não?

Tenho certeza de que a vontade do meu pai, quando tinha a minha idade, não era enfiar a cara nos livros por anos a fio para passar em um concurso público, tal como ele fez.

Fez isso por necessidade, por vontade de dar um futuro melhor aos filhos, o que, é importante mencionar, conseguiu por méritos próprios.

Definitivamente, sou grato por isso. Afinal, não passamos 1/30 do trabalho que ele passou na vida.

Mas a pergunta é: qual seria a melhor forma de agradecê-lo por isso?

Repetir o padrão (leia-se: ficar estudando por anos a fio em busca de um emprego melhor) ou aproveitar que a questão financeira não é um problema como era na época dele e desfrutar da vida desde já?

Em resumo, penso que deixar para fazer aquilo que nos interessa no futuro nunca será uma boa ideia. Mesmo porque, a incerteza a ele inerente pode fazer com que nossos planos limitem-se ao papel, que, como sabemos, tudo aceita.

Não vou bancar o descolado aqui e dizer que também não me importo com um futuro financeiramente seguro e coisas do tipo. Porém, estou tentando, na medida do possível, aproximar-me mais dos ideais desta nova geração.

Viver o aqui e o agora enquanto estou aqui e agora.

De qualquer forma, no fim das contas, talvez o ideal mesmo seja o bom e velho equilíbrio. 

Mas quem disse que é fácil equilibrar-se? (pergunte a um equilibrista para ver só).

O problema é que a balança sempre acaba pendendo para um lado.

Que penda, então, para o melhor lado: para o lado que sabe desfrutar da vida.

Oremos.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Pedalando por aí...

Já faz algum tempo que me apaixonei por esportes, a ponto de me sentir doente se não me exercitar quase que diariamente.

E, nesses últimos meses, tenho me encantado cada vez mais por um esporte em particular: o ciclismo.

Diferentemente da corrida - que, via de regra, nos limita a poucos quilômetros - e da musculação - que é uma modalidade praticada indoor -, o ciclismo é um esporte que nos faz conhecer e explorar lugares.

Pode soar um tanto clichê o que eu vou dizer agora, mas o ciclismo faz com que nos sintamos vivos - aquele papo de conexão com a natureza, por incrível que pareça, faz algum sentido. 

Mas, mesmo tendo as qualidades acima, o ciclismo é considerado um esporte bastante vigoroso, na medida em que exige bastante do corpo.

E quando eu digo "bastante", eu quero dizer muito mesmo. Afinal, só quem já subiu uma serra em cima de uma bicicleta sabe do que eu estou falando.

Sofrimento puro. Nada mais, nada menos.

Sem falar dos gastos que temos com esse esporte que, infelizmente, é considerado caro.

O mais curioso, contudo, é que, independentemente de tudo isso, sempre voltamos e fazemos tudo de novo. 

Não sei explicar ao certo, mas a sensação que nos acomete após uma longa pedalada é incrível. Praticamente uma injeção de endorfina direto na veia.

Por mais paradoxal que seja: quanto maior o esforço, maior a satisfação.   

Sei que talvez esteja soando um tanto exagerado, mas se eu pudesse pegar essa "sensação pós-pedalada" e colocar dentro da cabeça de outras pessoas, tenho certeza que teriam mais praticantes desse esporte por aí. 

Satisfação garantida.

Enfim, apenas gostaria de compartilhar o meu amor por esse esporte tão incrível.

Abaixo, seguem algumas fotos que tirei  ao longo desse último ano.