quinta-feira, 5 de maio de 2011

Te conheço?

Estava pensando sobre o quê escrever e lembrei de uma situação que ocorre comigo vez ou outra.

Você conhece determinada pessoa. Esta, no entanto, nunca lhe cumprimenta. Nunca.

Provavelmente, ela mora na mesma rua que você ou trabalha no mesmo andar... Enfim, trata-se de um conhecido(a) visual. Nada mais, nada menos.

Até aqui, tudo tranquilo. Afinal, tanto faz se essa pessoa lhe cumprimenta. Acenando ou não para você, ela não fará a menor diferença em sua vida.

Ocorre que muitas dessas pessoas têm uma mania muito peculiar. Sei lá o que as leva a agir desta maneira, mas elas adoram cumprimentá-lo quando estão em um local diferente.

Geralmente acontece quando, num desses encontros da vida, você está sentado junto a um bar em Cancun, ou no Acre, ou ainda em uma cafeteria no Chuí. Não importa o quão distante você se encontre da cidade em que você reside, você sempre vai encontrar alguém conhecido.

E é justamente nesse momento que o tal indivíduo dá as caras. Contrariando seu histórico de antipatia, ele vem e o abraça efusivamente. Alguns, mais ousados, costumam tratá-lo como seu melhor amigo.

Ou seja, de repente, aquele mesmo indivíduo que já o deixou no vácuo duas ou três vezes passa a ser o cidadão mais simpático do mundo. 

Você, claro, tem a vontade de mandar-lhe àquele lugar. Só não o faz por uma simples questão de educação.

Basta ele sair para que você comente com a pessoa ao seu lado:

- Por que será que esse #$%@* veio me cumprimentar? Sempre passa do meu lado e finge que não me conhece... Vai entender...

Tenho certeza que todos já vivenciaram isso um dia. Comigo, já aconteceu várias vezes.

Será que a psicologia tem algum nome específico para tal fenômeno? Algo como "Síndrome da empatia em longa distância territorial - SELDT". Vou perguntar para minha esposa a respeito...

É bobagem, eu sei, mas sempre que essa situação ocorre, penso em escrever a respeito.

Então, caro leitor, se por acaso nos encontrarmos na Basílica de São Pedro ou em algum lugar remoto da Austrália - e você nunca me cumprimentou antes por mera convicção -, não resolva fazer o papel do bom vizinho.

No entanto, se um dia eu fizer isto com você, faço questão de que você me alerte. Afinal, detesto quando fazem isso comigo.

Abraço a todos. Em especial, aos que cumprimentam em qualquer lugar, não só nos confins do planeta.

Um comentário:

Rodolfo Pomini disse...

Situação desse tipo eu ainda não tive, mas obtenho muitas vezes, nenhuma resposta quando encontro alguém conhecido na rua... mais de velhos amigos. Alguns chegam a virar a cara como se tivesse sido chamado por um terceiro. Outro confesso que prefiro que nem me dirijam a palavra, por causa de situações passadas. E também quando você diz um oi para uma pessoa que passa do seu lado e ela simplesmente te ignora.