segunda-feira, 8 de junho de 2020

Paixão pandêmica - Capítulo 9

Após banhar sua lata de forma bastante meticulosa, Paula começou a sorver o "líquido precioso amarelo" vagarosamente.

Estava bastante nervosa, contudo.

E sua linguagem corporal - estava inclinada para frente com os braços parcialmente cruzados - denunciava isso de forma bem clara.

Duas cervejas depois, porém, naturalmente, a conversa ficou mais frouxa, assim como o riso.

A sintonia entre eles, felizmente, não se limitava ao mundo virtual.

Então, num bote certeiro, Pedro pegou a mão esquerda de Paula, que, por divina providência, encontrava-se  momentaneamente desembaraçada.

Tratava-se de uma mão linda, que, obviamente, estava guarnecida por unhas pintadas à perfeição, tal como ele gostava

Uma mãozinha que, doravante, passou a definir como "sem precedentes na história da humanidade".

Nitidamente mais à vontade, Paula parecia estar gostando dos carinhos e beijos dados em sua mão. 

Um sorriso X9 irrompia de seu rosto.

Até que, na tentativa de pescar outra cerveja no cooler abarrotado de gelo, Pedro soltou sua mão.

Paula, para sua surpresa, porém, disse-lhe que poderia continuar segurando-a pelo tempo que quisesse.

Foi nesse momento, exatamente nesse momento, que Pedro soube que aquela mulher seria mesmo sua, assim como que havia chegado o momento de agir. 

Como não queria dar-lhe o primeiro beijo no carro, arriscou um movimento relativamente ousado.

Convidou Paula para dar uma volta na pracinha da cidade, que, como desconfiavam, estava mesmo deserta.

Aquele silêncio extraordinário decorrente da ausência total de pessoas era estranhamente romântico.

Afinal, quantas pessoas podem ser dar ao luxo de dizer que já tiveram uma cidade inteira só para elas?

Pedro e Paula, ainda que momentaneamente, haviam se apossado da cidade mais charmosa do Sul do Estado.

E ninguém, absolutamente ninguém, haveria de estragar aquele encontro que caminhava a passos largos para o desfecho perfeito. 

CONTINUA...

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