sábado, 30 de maio de 2020

Paixão pandêmica - Capítulo 2

Como já havia lançado os dados e nada tinha mais a fazer senão aguardar, Pedro tornou a beber sua cerveja.

Mesmo porque, a iminência da troca de ano lhe conferia uma espécie de licença especial para beber mais do que o habitual.

Cerca de uma hora depois, então, seu celular, que estava sem volume desde os primórdios da humanidade, vibrou.

Ansioso, já pela barra de notificações viu que Paula, enfim, havia respondido sua mensagem.

Não foi apenas um like ou mesmo uma dessas respostas protocolares de quem claramente não possui interesse algum numa eventual conversa.

Não, não e não.

Foi uma resposta bastante simpática, acompanhada de um irresistível "hahaha", o que Pedro julgou ser um ótimo sinal.

Antes de dar continuidade ao papo, porém, permitiu-se sorrir para o aparelho. 

Talvez fosse apenas sua imaginação lhe pregando mais uma peça, mas alguma coisa lhe dizia que aquilo lhe proporcionaria uma experiência diferente.

O que estava procurando, talvez.

Tentando ser espirituoso, mandou uma nova mensagem a Paula que, no entanto, não respondeu de imediato. 

[Havia um reveillon no meio do caminho].

Para a surpresa de ambos, porém, a conversa retomada no final da manhã do dia seguinte, também conhecido como o primeiro dia do ano, desenvolveu muito bem. 

Bem até de mais.

Não foi aquela coisa mascada em que ambos se esforçam para dar continuidade a um assunto; pelo contrário, foi bastante natural, desenvolta.

Nem mesmo a diferença de idade - 10 anos, aproximadamente - atrapalhou.

Era como se já se conhecessem há anos.

Pedro, definitivamente, estava empolgado com o que se alinhava no horizonte.

CONTINUA... 

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