sábado, 7 de maio de 2011

As cores nossas de cada dia

Foto: seligaartista.blogspot.com

Qual o problemas das cores atuais, afinal?

Lembro que antigamente existiam apenas as cores primárias, secundárias e terciárias. Hoje, no entanto, existe uma gama infinita de cores novas. Cores, eu diria, absurdas.

Anos atrás fui questionado por uma dessas vendedoras de móveis se eu preferia a cor branca ou maple. 

Maple? Desde quando maple é uma cor?, questionei-me em pensamento à época. 

Para mim, parece nome de sobremesa... Ou a casta da uva. 

Até consigo imaginar o maitre perguntando: - O senhor prefere cabernet ou maple? 

E o que falar das cores de carros, então? Desafio-o a entrar num site e ver as cores disponíveis. Tenho certeza que você não encontrará um "branco branco". Certeza.

Brincadeiras à parte (como gosto desta expressão), não me lembro da professora da primeira série dizer que uma cor primária misturada a uma secundária resultaria em maple... Não lembro mesmo.

Mas o problema não se trata apenas de novos nomes. Alguns deles sofreram ou ainda sofrerão alterações vertiginosas. Drásticas é a palavra.

Não se espante se um dia você for até uma loja e lhe perguntarem se você gostou da blusa "azul-petróleo-do-pré-sal" ou daquela "cinza-chuvosa" ou, ainda, da "amarelo-moto".

O azul-marinho "clássico" não era bom o bastante para denominar a cor azul-escura?

Entendo que o mundo esteja sempre em transformação, sobretudo nesta época em que o capitalismo impõe as regras do jogo. Porém, será que já não estamos à mercê de informações o suficiente para termos que nos preocupar com cores exóticas?

Admito que talvez eu esteja tratando o assunto com certo exagero. Porém, é bom ficarmos com os olhos abertos.

Afinal, talvez um dia seu emprego dependa de uma faculdade de "cromologia". Nunca se sabe...

4 comentários:

Renata disse...

Adorei!!!
Ri muito ao ler seu texto e concordo totalmente. Existem cores que só mesmo quem criou o nome pode descobrir qual é.
Meu carro mesmo, no documento diz que ele é cinza-sei-lá-o-que, mas na verdade para mim ele é verde escuro e ponto.
Hoje em dia as pessoas precisam se destacar de alguma forma, nem que seja mudando nome de cosas que já existem. Estou pensando em fazer como o menino Marcelo, marmelo, martelo, e mudar o nome da cadeira para sentador, o da qcolher para mexedor, e assim por diante.
Será que eu faria sucesso?? kkkk
beijos

Danni Barbosa disse...

Eii... Muito bom!
Cada vez mais as cores tem ganhado uma infinidade de sub tipos.
A criatividade od ser humano tem extrapolado de vez em quando... (ou seria muitas vezes!?!?)
É uma infinidade tremenda de cores até absurdas... (adorei o amarelo-moto hahah)
Para mim, em vez de ajudar isso acaba atrapalhando. Conversando um dia com a minha avó, que ama a cor azul, estávamos vendo que "tipo de azul" combinava melhor comigo. Se era azul claro, azul piscina, azul petróleo, azul turquesa, azul escuro, azul royal, azul céu, azul.... Descobri tanto azul naquele dia que acabei desistindo da cor. =/ Fui para o preto básico.
Aliás.. já tem variações no preto? saushaushas


Ótimo texto!
Beijos^^
Danni
Garotas e Livros

Ramom Martins disse...

Realmente, esses nomes de cor não definem nada. Só confundem. Creio que o problema não é na variedade de cores, mas sim esses nomes estranhos. Quando se pega um catalogo de tintas, por exemplo, é muito bom distinguir todas aquelas tonalidades sem ser pelo nome, mas sim atravéz de contato visual mesmo. É ótimo ter varias opções. Não da pra imaginar a nossa visão com apenas 16 cores (iria aparecer um jogo de Atari) se ao abrir os olhos enxergamos milhões delas.

Marangoni disse...

Muito inteligente Kelvin, é as coisas estão se tornando cada vez mais especifícas, realmente daqui a pouco vamos ter que contratar um cromológico para dizer qual a melhor cor a ser aplicada em determinado lugar, e tal... abraços...
http://mundointerrogado.blogspot.com