segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Eu me amo"


Com certeza, você deve conhecer alguém que se ama acima de tudo, certo? Um legítimo defensor do “eu”. Assim como alguém que não come carne, mas isto não vem ao caso.
Mas falando sério, é fácil encontrar esse tipo de pessoa, já que elas estão em todos os lugares. É só você prestar bastante atenção que ouvirá alguém ao seu lado começar todas as frases da mesma forma: Eu...
Acredito que a ciência deveria se empenhar mais em desvendar mistérios desse gênero. Tentar descobrir por que alguns cidadãos se auto-denominam o centro do Universo.
Sei que talvez eu esteja exagerando, porquanto essas pessoas podem ser apenas seres humanos mal resolvidos, cuja repetição do pronome “eu” não passa de um processo de afirmação. Contudo, sempre fico com um pé atrás.
Tente conversar por apenas vinte minutos com uma pessoa assim. Além de ter de ouvir 365 vezes o pronome já citado, ficará a mercê das “incríveis” histórias do narrador.
Eu isso, eu aquilo, eu, eu, eu... Por que algumas pessoas se acham mais interessantes que as demais, utilizando o “eu” em detrimento do “tu”? Há algo errado em ouvir mais e falar menos, sobretudo sobre sua pessoa?
Lembrei-me daquela música do Ultraje a Rigor: "Eu me amo, não posso mais viver sem mim”.
Chegou a hora de fazermos uma revolução! Agora é a vez do “tu”, “nós”, “vós” ou, quiçá, do “eles”. Somente assim ficaremos livres dos insuportáveis “eu”!
EU lhes garanto!

sábado, 8 de maio de 2010

Tocar violão



Acho difícil conseguir traduzir em palavras o que sinto ao tocar violão. Contudo, como sou uma pessoa persistente, não custa tentar.
Tudo começou com os acordes maiores. Tudo lindo, tudo certo, até que veio a pestana – o terror de qualquer iniciante.
Superada essa dificuldade, veio a preguiça. O vício de aprender músicas apenas com a ajuda de sites de cifras, entre tantos outros percalços que só quem já tentou sabe o que estou falando.
Fiquei alguns anos numa espécie de limbo, aprendendo apenas variações das mesmas músicas. Um horror!
Olhava para o instrumento e sentia uma tristeza. Bastava pegá-lo na mão para sentir-me impotente. Não existe nada mais deprimente do que não saber tocar uma música um pouco mais trabalhada. Era como se não o merecesse.
Sem contar as inúmeras vezes que o deixei largado dentro do bag, entre o armário e a parede úmida do meu antigo quarto. Coitado...
Precisava tomar uma atitude. Acabei, então, inscrevendo-me em uma aula de violão. Com a ajuda de um talentoso professor, estou aprendendo enfim a fazer o que mais gosto.
Lógico que ainda sou um iniciante. Um eterno aprendiz, por assim dizer. Mas a cada dia que passa, sinto-me mais motivado para aprender tal arte.Simplesmente não sei o que me faz gostar tanto de tocar violão. Já cheguei a imaginar que fosse o desafio, já que além de paciência, é preciso muita persistência, perseverança. Porém, como não cheguei a conclusão alguma, desisti de tentar decifrar tal mistério.
Muito embora ainda tenha apenas 27 anos, já aprendi muitas lições com a vida. E se você quer um conselho, faça um favor a si mesmo e não perca mais tempo; aprender a tocar um instrumento pode mudar sua vida. Para melhor, é claro.

domingo, 2 de maio de 2010

Odeio a "palavra" vazar


Foto: http://resistir.info/crise/imagens/pneu_furado_bernanke.jpg

É besteira, eu sei. Mas não suporto a "palavra" vazar. Assim como balada, bombar, entre tantas outras de gosto duvidoso.
Acho incrível a capacidade do brasileiro de incorporar a um vocabulário tão rico como o nosso gírias tão estúpidas, imbecis.
Não tenho nada contra gírias. Longe disso. Só preferia quando elas eram minoria.
Qual o problema em falar direito? Oras, se o ensino no país já é precário o suficiente, por que os pais de plantão permitem que seus filhos utilizem essas frases defeituosas?
Educação começa em casa, certo? Então, nada mais justo que os primeiros educadores - com a devida permissão dos nossos "excelentes" legisladores - criem regras caseiras para seus filhos.
Tenho até uma sugestão, vejamos:
Artigo primeiro. É proibido aos jovens desta residência utilizarem a expressão "a balada vai bombar".
Parágrafo único. A proibição prevista neste artigo estende-se aos seus respectivos amigos, salvo àqueles desprovidos de cérebro.
Brincadeiras à parte, imaginem se a "palavra" vazar fosse incorporada ao vocabulário mundial. Consigo até visualizar o Papa despedindo-se de seus fiéis: "Vazei-vos irmãos".
E para aqueles que porventura não entenderam o teor do texto, serei o mais direto possível: não se trata da palavra em si, mas do processo medíocre que nos faz utilizá-las e nos torna cada dia mais ignorantes.
Se eu fosse uma bóia, agora eu diria: Vou vazar. Mas eu não sou uma bóia. Não que eu saiba.